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Orações Não Atendidas

É lógico que gostaríamos de receber tudo o que pedimos a Deus. Entretanto, ele não pode fazer isso. Não é que o seu poder esteja limitado, mas existem princípios que ele mesmo estabeleceu e que não podem ser removidos.
Se Deus nos desse tudo o que pedimos, ficaríamos mal acostumados e poderíamos ter um caráter fraco. É o que acontece com aqueles filhos que recebem dos pais tudo o que desejam. Depois, mesmo na idade adulta, continuam sendo dependentes e incapazes de lutar por aquilo que precisam.
É verdade que Deus nos ouve e nos dá muitas coisas que lhe rogamos em oração, mas ele não fará aquilo que é de nossa própria responsabilidade fazer.
Se Deus nos desse tudo o que pedimos, não precisaríamos nos esforçar em nenhuma situação. Não iríamos trabalhar nem desenvolver nossas habilidades. Quem não se esforça se enfraquece. Em casos assim, faríamos melhor se pedíssemos sabedoria ao invés de pedirmos coisas (Tg.1.5), embora não estejamos impedidos de fazê-lo. Se Deus sempre nos atendesse, resolvendo todos os nossos problemas, ele também estaria tirando de nós toda oportunidade de aprendizado e crescimento.
Se Deus nos desse todas as coisas boas que lhe pedimos, isso poderia nos impedir de alcançar o melhor que ele tem para nós. Por outro lado, muitas vezes estamos pedindo coisas ruins, embora pensemos que são boas. Ele vê o que nós não vemos.
Algumas vezes, dois filhos de Deus fazem orações opostas. Por exemplo, cada um ora para que o seu time ganhe o campeonato ou para que o seu candidato vença as eleições. Alguém pede chuva, enquanto o vizinho pede sol. Ele não poderá atender a todos ao mesmo tempo. Não fique decepcionado com Deus.
Se ele nos desse tudo o que pedimos, teríamos um paraíso na terra e não seria necessário ir para o céu. Não passaríamos por tribulações, aflições, provações ou tentações. Sabemos, porém, que tudo isso faz parte da vida cristã e não podemos, nem mesmo através de orações, impedir que tais coisas aconteçam (João 16.33; IICo.1.5; Col.1.24; IPd.4.13; IICor.12.7-10). Quando Jesus estava na cruz, ele poderia ter orado ao Pai pedindo que legiões de anjos viessem resgatá-lo. Contudo, não o fez (Mt.26.53).
Cada cristão também tem sua própria cruz (Mt.16.24), e não é como enfeite nem objeto de devoção. Não se trata de um crucifixo para ser pendurado na parede ou no pescoço. A cruz significa sujeição total a Deus, e isso trará, em algum momento, sacrifício, sofrimento e dor. Depois (e não agora), entraremos na glória celestial como Jesus entrou.
Muitas vezes, a nossa “vida de oração” tem por objetivo evitar a cruz. Como Deus haveria de nos atender? Vamos então deixar de orar? De modo nenhum, mas tomemos como exemplo a oração de Jesus no Getsêmani: “Pai, se possível, afasta de mim este cálice, mas não se faça a minha vontade, senão a tua” (Mt.26.39). Cristo não fez uma oração autoritária, não determinou o Deus haveria de fazer, mas humildemente fez uma oração de sujeição à vontade de Deus.
As medidas disciplinares de Deus sobre seus filhos, ou sua vingança sobre os inimigos, ou ainda as consequências naturais do pecado geralmente não podem ser aplacadas através da oração. Se assim fosse, o homem não colheria o que plantou, a palavra de Deus seria anulada (Gálatas 6.7), e o pecado se tornaria inofensivo. No caso da oração, acompanhada do arrependimento, o pior será evitado (Jr.18.8), o castigo será removido (IRs.8.33-39), mas não os efeitos pecaminosos. Davi adulterou, arrependeu-se, orou insistentemente, mas, mesmo assim, o filho do adultério morreu e outras consequências vieram. Contudo, ele foi perdoado e o pior, que seria sua morte por aquele pecado, foi evitado (IISm.12.9-18).
Outra oração que não pode ser atendida é aquela que pede a mudança dos planos divinos. Imagine, alguém orando para que Jesus não volte! Seria um absurdo, mas, muitas vezes, estamos orando contra o plano de Deus em nossas vidas. José do Egito passou por muitas situações difíceis que eram parte da vontade de Deus para ele. Quando estava na prisão, poderia ter orado para sair imediatamente. Não sabemos se ele orou, mas o fato é que nenhuma oração poderia antecipar o tempo de Deus, pois havia o momento certo de sair da prisão e ir para o palácio. Antes disso, sua presença diante de Faraó seria inútil e ele não chegaria a conhecê-lo.
A oração eficaz é aquela que se baseia na Palavra de Deus, a bíblia, e é feita com fé. Além disso, alguém que está guardando pecados não confessados, terá suas orações rejeitadas. Quando oramos de acordo com a vontade de Deus expressa na bíblia, ele nos atende. Se orarmos apenas com base na nossa própria vontade, estaremos equivocados na maioria das vezes e não seremos atendidos.
A oração, que é uma forma de acesso ao mundo espiritual, não deveria ser usada a priori para atender questões materiais. Tiago disse que oramos e não recebemos porque pedimos mal, com vistas ao nosso próprio deleite (Tg.4.2-3). Na oração que Jesus ensinou, temos apenas um pedido de ordem material: “o pão nosso de cada dia”. Todo o restante está voltado para o plano espiritual, tendo o Reino de Deus em destaque (Mt.6.9-13). A nossa oração talvez seja um pouco diferente: Queremos pão, queijo, manteiga, biscoito, bolo, rosca, para hoje e para o mês inteiro e, se der tempo, que “venha o teu reino”.
O que acontece é que cremos no reino, mas estamos mais preocupados com a nossa posição nele do que com o próprio Rei. Foi o caso daqueles dois discípulos que pediram para se assentarem ao lado de Cristo na sua glória. Tal pedido, com aparência piedosa, era algo egoísta e, por isso, não foi atendido (Mc.10.37). Precisamos orar sempre, mas de uma forma bem orientada, sabendo que, também em nossas orações, o Senhor deve estar em primeiro lugar. Precisamos nos concentrar mais naquilo que ele quer de nós e menos naquilo que queremos dele. Precisamos orar mais pelo nosso próximo e menos por nós mesmos. Deus mudou a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos (Jó 42.10).
“E esta é a confiança que temos nele que, se pedimos alguma coisa segundo a sua vontade ele nos ouve; e se sabemos que nos ouve, sabemos que temos alcançado as petições que lhe fizemos. “ (I Jo. 2.14-15).

O Primeiro Milagre

A transformação da água em vinho
Jesus e seus discípulos foram convidados para uma festa de casamento e aceitaram o convite (João 2.1-2). Cristo não era alienado. Ele participava dos eventos sociais, procurando estar sempre com o povo. De outro modo, como poderia cumprir sua missão? Precisava estar perto das pessoas para abençoá-las e salvá-las. Os cristãos, da mesma forma, não podem constituir um grupo isolado. Somos diferentes do mundo, mas não distantes ou fora dele (Jo.17.11,15,16). Não podemos aceitar convites para a prática pecaminosa (Pv.1.10-15). Outros, porém, podem ser aceitos. É necessário, contudo, que o cristão, onde estiver, dê um bom testemunho, sendo sal e luz (Mt.5.13-14), agindo em benefício do próximo. Foi o que Cristo fez. Jesus foi convidado porque sua presença é agradável. Onde ele está, o ambiente é celestial.
A certa altura das bodas, acabou-se o vinho (2.3). Era comum que as festas de casamento durassem sete dias, mas, sem vinho, isso não seria possível. O que fazer? Talvez pudessem comprar mais. Entretanto, é possível que os convidados não estivessem dispostos a esperar. Fim do vinho significava fim da festa.
Como ficaria a reputação do noivo diante de seus amigos? Teria ele falhado na preparação das núpcias? Ficaria marcado como negligente perante a noiva e os familiares? Ainda que os convivas tivessem consumido além do esperado, ou mais rapidamente, o noivo deveria estar prevenido. Estava, portanto, estabelecida uma situação de vergonha e desgosto, podendo marcar, de forma negativa, o início da vida conjugal.
Maria, mãe de Jesus, também estava presente e percebeu que o vinho tinha acabado (2.3). Não tendo poder para resolver a situação, ela foi falar com seu filho. Ele parece não ter recebido bem a interferência da mãe (2.4). Afinal, ele já sabia do fato e talvez estivesse esperando o melhor momento para agir. A presença de Jesus não evita que determinados problemas ocorram. Aliás, eles podem ser necessários e úteis, desde que sejam bem conduzidos e devidamente solucionados. Uma necessidade torna-se oportunidade para o milagre. Não queremos problemas, mas Deus permite que tenhamos alguns para que também possamos ter experiências sobrenaturais.
Maria sabia que Jesus ia tomar alguma providência e deu, então, uma sábia orientação aos servos da casa: “Fazei tudo o que ele vos disser” (João 2.5). Se temos algo a aprender com as palavras de Maria é no sentido de voltarmos nossa atenção para Cristo, procurando realizar, não apenas parte, mas tudo o que ele nos mandar.
Ele podia fazer o milagre, até mesmo antes que a falta do vinho fosse notada, mas isso não atenderia aos seus propósitos. Ninguém saberia. Seu poder não seria reconhecido (2.11) e Deus não seria glorificado. É preciso que, por algum tempo, sintamos a necessidade, a fim de que a bênção seja desejada e valorizada.
Se Jesus quisesse, poderia dizer uma palavra e o vinho jorraria de todos os vasos e copos, mas ele deseja a participação dos servos na realização do milagre. Em muitos episódios dos evangelhos aconteceu assim: as pessoas esperavam uma bênção e recebiam uma ordem. É preciso obedecer para ser abençoado, e não o contrário. Deus quer a participação humana em suas obras. Ele pode fazer tudo sozinho, mas nos deu o privilégio e a oportunidade de participar, e isto significa trabalho. A nossa fé deve ser demonstrada através da obediência e do serviço, pois “a fé sem obras é morta” (Tg.2). Jesus faz o milagre, mas precisamos fazer a nossa parte.
Os servos tinham muito trabalho a fazer, mas isso lhes daria a chance de serem participantes e testemunhas do milagre. Os convidados estavam em posição mais cômoda. Ficavam apenas se divertindo, enquanto esperavam o garçom passar. Qual é a nossa postura no reino de Deus. Agimos como convidados ou como servos? Queremos apenas beber o vinho do milagre ou trabalhar na sua produção? Aquele que tem a iniciativa de servir, também tem oportunidades singulares. Os servos sabiam o que os convidados ignoravam (2.9).
Jesus mandou que os serventes enchessem de água seis talhas de pedra (2.7). Em cada uma delas cabia entre dois e três almudes, ou seja, entre 72 e 108 litros. Era muita água para ser carregada. O Senhor nos manda fazer coisas difíceis, mas, se fizermos, ficaremos satisfeitos com o resultado. Aquele ato de obediência exigia esforço. Jesus abençoa os que trabalham, mas os preguiçosos continuam passando necessidade.
As talhas foram cheias até a borda (2.7). A obediência foi imediata e completa. Quanto mais água, mais vinho. Não podemos fazer apenas o mínimo, a não ser que queiramos uma bênção pequena. Não podemos ser “econômicos” na oração, no jejum, na leitura bíblica e no serviço ao Senhor. Precisamos fazer mais, fazer muito e fazer bem feito.
Para fazer o milagre, Jesus usou o que estava à sua disposição: os servos, as talhas e a água. Estamos disponíveis para Cristo operar? Nossos bens, tempo e talentos estão entregues ao Senhor? Se o dono da casa escondesse os recipientes, talvez o milagre não tivesse acontecido, ou a quantidade seria menor.
Todos queriam vinho e Jesus manda encher os vasos com água. Queremos o produto final, pronto e servido. Entretando, a operação divina pode ocorrer em etapas, conforme seus soberanos propósitos. Aquela ordem parecia não fazer sentido, mas ninguém lhe fez perguntas. Devemos obedecer sem questionar. Nem sempre vamos saber o porquê das ordens ou dos atos divinos.
Então, o milagre aconteceu. Jesus transformou a água em vinho. O texto não traz explicações químicas ou biológicas a respeito do processo. Não podemos nem precisamos explicar cientificamente os atos de Jesus. Aqueles que dependem de explicações colocam obstáculos à sua própria fé. Nem sempre vamos saber como Deus opera. Precisamos crer em seu poder, mesmo sem compreender sua forma de agir.
Em seguida, os servos levaram o vinho para que o mestre-sala experimentasse. Ele era o responsável pelo controle de qualidade. Quando experimentou o vinho de Jesus, aquele homem ficou surpreso e maravilhado. Suponho que ele nunca houvera bebido um vinho tão bom. Jesus faz, e faz bem feito. O vinho de Jesus é superior. Experimente! Com Jesus, tudo fica melhor. Não aceitemos o que o inimigo oferece. Deus tem o melhor para nós. Não sejamos impacientes. Esperemos o tempo certo, quando ele suprirá a nossa necessidade de forma miraculosa e surpreendente.
O mestre-sala disse ao noivo: “Todo homem põe primeiro o vinho bom... mas tu guardaste até agora o bom vinho” (2.10). Quando Jesus opera em nós, saímos do limite dos costumes e das tradições para um nível de excelência. As pessoas esperavam que, com o passar do tempo da festa, o vinho fosse piorando, mas, se Jesus está presente, a tendência é melhorar, de fé em fé (Rm.1.17) e de glória em glória (IICo.3.18). As tribulações são grandes, mas as vitórias são maiores. A festa estava salva. A comemoração podia continuar, com alegria ainda maior. Aquele casamento sempre seria lembrado pela presença e pelo poder de Jesus. O problema foi transformado em bênção. Ali Jesus realizou seu primeiro milagre, marcando aquele casal e aquela cidade. Caná da Galiléia ficou definitivamente vinculada à maravilha da transformação da água em vinho.
O fato de Jesus ter escolhido uma festa de casamento para realizar seu primeiro sinal nos mostra como o matrimônio e a família são importantes para Deus. Além de atender à necessidade do momento, aquele ato de Jesus demonstrou seu poder transformador. Hoje, ele tem transformado muitas vidas. Assim como aconteceu naquelas bodas, pode chegar um momento na vida conjugal ou individual quando a alegria acaba. Tudo estava indo tão bem e, de repente, instala-se o caos. Isto pode ser resultado de algum acontecimento ruim, decisões equivocadas ou práticas pecaminosas. Nessas horas, Jesus é a nossa única esperança. Ele pode fazer o que não está ao nosso alcance, e faz muito melhor, dando aroma, cor e sabor à nossa existência.
Jesus é especialista na transformação de vidas. Ele atua naqueles que já foram descartados pela sociedade. Cristo recupera o marginal, transformando-o em cidadão de bem. Acima de tudo, ele nos transforma de tal maneira que possamos ser agradáveis a Deus (Rm.12.1-2).
Depois que a água foi transformada em vinho, a festa continuou, mas isso só foi possível porque os noivos convidaram Jesus para aquele casamento. Todos devem convidá-lo. Nossa vida sem ele é vazia e inútil. Só Cristo pode nos abençoar, nos dar uma nova motivação para viver. Com ele, temos um novo começo, pois seu poder age em nós, fazendo transbordar o nosso cálice.

O ÚNICO CAMINHO

Hoje em dia é muito comum se ouvir dizer: "Todos os caminhos levam a Deus". É incrível a quantidade de religiões existentes hoje em dia. São tantas que parece até ser uma coisa justa a frase acima. Mas será mesmo que todos os caminhos levam a Deus ? Será que Deus recebe qualquer pessoa que se diz estar buscando a ele seja por qual caminho for ? Sabemos que há o Espiritismo, o Budismo, o Catolicismo, Candomblé, Islamismo, Xintoismo na Índia e muitos outros caminhos. Todos os seguidores destas religiões dizem estar se achegando a Deus através das supostas revelações de seus profetas iluminados. Há outros também que preferem não seguir a nenhuma dessas religiões e por final acabam se decidindo encontrar a Deus dentro de sí mesmos. Muitos dizem: "Não faço mal a ninguém, não mato, não roubo, não cometo traição nem falsidade, penso em Deus e quando morrer Ele com certeza vai me receber !" - Será ??? Essa idéia na verdade não passa de um "caminho próprio" sugerido por muitas pessoas que preferem não ter um compromisso maior com Deus.

Quero te dizer uma coisa: "Deus mesmo criou um caminho para se achegar a Ele !" SIM ! - É verdade !!! - Quer uma comprovação desta verdade ? A comprovação está na Bíblia, que nada mais é do que "A palavra de Deus !" - O plano de Deus para o homem encontrar a Ele está tão somente na Bíblia. Então vejamos o que diz a palavra do prório Deus. Em João 3:16,17 diz o seguinte: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.".
Quer mais ??? - Então mais outra. Em João 14:5,6 diz "Disse-lhe Tomé: Senhor, não sabemos para onde vais; e como podemos saber o caminho? Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." E se ainda você não estiver satisfeito, finalmente leia mais esta grande verdade em I Timóteo 2.5-6: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem. Oqual a sí mesmo se deu em resgate por todos."

Bom, depois destas grandes verdades extraidas da palavra de Deus, espero que agora você, leitor deste folheto virtual, esteja convicto que existe apenas um caminho que se pode chegar a Deus, "JESUS CRISTO" o nosso Grande Irmão, Supremo Salvador, Senhor do Universo, Salvador da humanidade. Não hesite em seguí-lo. Siga-o e você vai sentir que realmente Ele vai preencher o "grande vazio" existente no coração de todo ser humano que ainda não encontrou a Deus! Vazio este que foi criado estratégicamente por Ele, para que fosse preenchido tão somente por Ele mesmo !

Obrigado pela atenção !

O clamor do necessitado

INTRODUÇÃO:

1. Notamos pela leitura dos evangelhos que há uma discrepância na narrativa do milagre da cura de Bartimeu, realizado por Jesus nas proximidades de Jericó, pois enquanto, Mateus cita dois cegos e fala que Jesus “saia de Jericó”, Lucas cita apenas um cego e fala que Jesus “entrava em Jericó”, Mt 20.29-34; Lc 18.35sess. Marcos cita apenas um cego e diz que Jesus “saia de Jericó”. Estas discrepâncias podem ser assim resolvidas:

a) Em relação à questão “um ou dois cegos”, devemos entender que eram de fato dois cegos, contudo Marcos e Lucas mencionam apenas um, talvez pelo fato deste, ser um caso notável, pela gravidade da doença. Outra razão, é que, provavelmente Bartimeu, o cego, mais tarde tornou-se membro da Igreja Primitiva em Jerusalém e Marcos e Lucas escreveram mais para focalizar seu testemunho entre os irmãos, enquanto que Mateus, por ser discípulo de Cristo, escreveu como testemunha ocular.

b) Em relação ao segundo fato, pode ser que os cegos começaram a clamar na entrada da cidade e Jesus atendeu somente em sua saída. Outro ponto, é que havia duas “Jericós”, a cidade velha e a cidade nova, próximas uma da outra. Pode ser que o milagre teria ocorrido entre as duas cidades, ou seja, na saída de uma e entrada da outra, Js 6.16ss; 1 Rs 16.34.

2. O importante para nós é o fato em si e não as circunstâncias que levaram ao fato. Vejamos nesta noite: “O Clamor dE UM HOMEM NECESSITADO”:

I - O CLAMOR DE UM HOMEM NECESSITADO ENVOLVE O RECONHECIMENTO DO FATO DE JESUS TER ASSUMIDO A NATUREZA HUMANA

1. O cego usou a expressão: “Jesus, Filho de Davi”. Esta expressão indicava que, da descendência de Davi, Deus traria ao mundo o salvador. Ele reconheceu em Jesus, o Deus que tomou a forma humana, para vir ao mundo.

2. Esta verdade é central na Escritura, Jo 1.14, “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai”. A expressão “o verbo se fez carne”, é uma declaração clara, objetiva da natureza humana do Cristo. O processo de salvação só poderia ser concretizado por alguém que fosse 100% divino e 100% humano. Jesus satisfez esta exigência.

3. Outro fato de grande importância é o fato de que esta verdade representa o cumprimento das profecias do Antigo Testamento, Rm 1.1-3, “1 Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, 2 o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, 3 com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi”. A palavra “descendência” vem do termo grego “sperma” (sperma), e significa “semem”, “semente”, “de onde uma planta germina”, “tribo”, “família”, “filho”, etc.

4. Foi Jesus reconhecido muitas vezes por este título:

a) As Multidões:

Mt 12.23, “E toda a multidão se admirava e dizia: É este, porventura, o Filho de Davi?”.

Mt 21.9, “E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas maiores alturas!”.

b) Mulher Cananéia, Mt 15.22, “E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada”.

c) Meninos, Mt 21.15-16, “Mas, vendo os principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que Jesus fazia e os meninos clamando: Hosana ao Filho de Davi! indignaram-se e perguntaram-lhe: 16 Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim; nunca lestes: Da boca de pequeninos e crianças de peito tiraste perfeito louvor?”.

5. Porém, Satanás não reconhece este título característico em Jesus, 1 Jo 4.1-3, “1 Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora. 2 Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; 3 e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo”.

6. Aplicação: A obra de redenção está centralizada no Deus que se tornou homem. Grande declaração foi esta: “Jesus, Filho de Davi!”. Você precisa reconhecer isto!

II - O CLAMOR DE UM HOMEM NECESSITADO ENVOLVE SUA HUMILHAÇÃO DIANTE DO SALVADOR

1. Não foi pelo fato de ser miserável, cego e pobre, que Bartimeu se humilhou. Há muitas pessoas nesta situação, que se mantêm orgulhosos.

2. Vejam o seu clamor humilde: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. Ele se sentiu digno de compaixão, de dó, em razão de sua situação de cegueira e incapacidade.

3. Jesus aprecia, quando alguém se humilha perante Ele. Um exemplo deste tipo podemos encontrar na “Mulher Cananéia”, Mt 15.21-28, “21 Partindo Jesus dali, retirou-se para os lados de Tiro e Sidom. 22 E eis que uma mulher cananéia, que viera daquelas regiões, clamava: Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de mim! Minha filha está horrivelmente endemoninhada. 23 Ele, porém, não lhe respondeu palavra. E os seus discípulos, aproximando-se, rogaram-lhe: Despede-a, pois vem clamando atrás de nós. 24 Mas Jesus respondeu: Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel. 25 Ela, porém, veio e o adorou, dizendo: Senhor socorre-me! 26 Então, ele, respondendo, disse: Não é bom tomar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos. 27 Ela, contudo, replicou: Sim, Senhor, porém os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos. 28 Então, lhe disse Jesus: Ó mulher, grande é a tua fé! Faça-se contigo como queres. E, desde aquele momento, sua filha ficou sã”.

4. A humilhação diante de Deus nos conduz ao seu Reino, Mt 5.3, “Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus”. O reino de Deus não é de soberbos, orgulhosos, mas daqueles que reconhecem seu estado de pecado e se humilham através de um arrependimento sincero.

5. Aplicação: Você precisa de Jesus, clame a Ele e humilhe-se diante dele e Ele virá em teu socorro.

III - O CLAMOR DE UM HOMEM NECESSITADO, ENVOLVE O ROMPIMENTO DE TODOS OS OBSTÁCULOS

1. Vs. 48, “Muitos o repreendiam para que ele calasse, mas ele clamava ainda mais”. Esta reprimenda revela:

a) dureza de coração dos opositores da obra de Deus:

a.1) insensibilidade às necessidades humanas;

a.2) egoísmo, pois queriam Jesus só para eles.

2. O cego pelo seu clamor e insistência quebrou toda resistência dos opositores.

3. Muitos sãos os impedimentos para você chegar até Jesus, o Filho de Deus:

a) Mt 13.20-22, “20 O que foi semeado em solo rochoso, esse é o que ouve a palavra e a recebe logo, com alegria; 21 mas não tem raiz em si mesmo, sendo, antes, de pouca duração; em lhe chegando a angústia ou a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza 22 O que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, porém os cuidados do mundo e a fascinação das riquezas sufocam a palavra, e fica infrutífera.”. Aqui, Jesus mostra alguns pontos que fazem com que as pessoas não se aproximem dele:

a.1) “Falta de raiz em si mesmo”;

a.2) “Angústia, perseguição”;

a.3) “Cuidados do mundo;

a.4) “Sedução das riquezas”.

b) Lc 14.33, “Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo”. Jesus alude ao fato de que é necessário “renunciar tudo quanto temos” para ser seu discípulo. Isto inclui família, amigos, bens pessoais, etc. Exemplo Moço Rico, Mt 19.16-22.

4. Aplicação: Quais são os impedimentos da sua vida que o estão impedindo de receber a Jesus? Família? Amigos? Riquezas materiais, etc.?

IV - O CLAMOR DE UM HOMEM NECESSITADO, ENVOLVE O ALCANCE DE SEU OBJETIVO PRINCIPAL

1. Jesus parou e o chamou, v. 49, “Parou Jesus e disse: Chamai-o. Chamaram, então, o cego, dizendo-lhe: Tem bom ânimo; levanta-te, ele te chama”.

2. Sua ligeireza, v. 50, “Lançando de si a capa, levantou-se de um salto e foi ter com Jesus”. Para recebermos as bênçãos de Deus devemos nos apressar.

3. A pergunta de Jesus no v. 51 (Que queres que eu te faça?), sugere:

a) Um pedido objetivo. Ele poderia querer simplesmente uma esmola. Muitos querem somente esmolas e não a grande benção.

b) A reativação da fé. Queria a solução imediata do seu problema.

5. Aplicação: Jesus não nunca negligenciou nenhuma necessidade humana, e certamente não negligenciará a sua nesta noite. Ele curou o cego e cura também a sua alma.

V - O CLAMOR DE UM HOMEM NECESSITADO ENVOLVE SUA DISPOSIÇÃO PARA SEGUIR A CRISTO

1. Jesus disse: “vai”, e ele “veio” e seguiu a Jesus pelo caminho. Muitos recebem as bênçãos de Deus, mas não querem segui-lo.

2. A verdadeira fé em Cristo envolve também o segui-lo:

Mc 8.34, “Então, convocando a multidão e juntamente os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me”.

Lc 14.27, “E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim não pode ser meu discípulo”.

3. Aplicação: Você está disposto a seguir Jesus?


CONCLUSÃO:

1. “O mestre te chama”. Esta palavra foi dita por algum da multidão. Ela serve para você nesta noite.

2. Como aquele cego necessitava de Cristo para a sua cura, você também, precisa de Cristo. Toda pessoa distante de Cristo, é um cego espiritual.

Caim e Abel

Em Gênesis 3, no episódio da queda do homem, lemos sobre a atuação de Satanás, através da serpente. No capítulo 4, a víbora não aparece, pois não é mais "necessária". O ser humano, por si só, tornou-se capaz de praticar coisas terríveis, pelas quais não pode culpar diretamente o Diabo.
O quarto capítulo de Gênesis começa com a apresentação dos dois irmãos, Caim e Abel, e suas iniciativas no sentido de cultuarem a Deus. Podemos ver ali a realização de atos religiosos, como costumamos chamar.
O texto nos permite concluir que é importante ofertar, visto que Deus aceitou uma das ofertas. Quando oferecemos algo ao Senhor, trazemos a ele aquilo que dele recebemos. Tudo é dele, por ele e para ele (Cl.1.16). Ofertar é uma forma prática de demonstrarmos amor e gratidão.
Por outro lado, aprendemos também que Deus não aceita qualquer coisa, feita de qualquer jeito ou por qualquer pessoa.
Oferta não é apenas dinheiro, mas tudo o que fazemos para Deus, inclusive o louvor e a adoração.
Os dois ofertantes eram bem semelhantes em seu comportamento, embora suas oferendas fossem diferentes. Os ritos religiosos produzem a impressão de que todos os que os praticam são iguais, fazendo os mesmos gestos, cantando as mesmas músicas e usando as mesmas palavras em suas orações. Contudo, Deus está olhando para o coração do homem.
"Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta" (Mt.5.23-24).
Se pudéssemos assistir a cena das ofertas de Gênesis 4, talvez teríamos uma boa impressão de ambos os irmãos. Entretanto, Deus examina a intenção antes de olhar para a oferta.
O cumprimento de rituais religiosos não é prova de espiritualidade. Acima de tudo isso deve estar um bom relacionamento com Deus, através de um modo de vida agradável a ele.
"Se alguém entre vós cuida ser religioso e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã" (Tiago 1.26).
CONTROLE DE QUALIDADE
Abel ofereceu dos primogênitos de suas ovelhas. Eram animais especiais, as primícias. Quanto à oferta de Caim, não temos detalhes. O texto diz apenas que eram frutos da terra, mas o certo é que Deus não se agradou dela nem daquele que a trouxe.
É importante questionarmos a nós mesmos: estamos oferecendo algo ao Senhor ou só queremos receber? O que trazemos a ele é o melhor?
Abel não fez muitas coisas para Deus, mas o suficiente para agradar o coração do Pai celestial, de tal modo que o seu nome veio a ser o primeiro na galeria dos heróis da fé (Heb.11.4). O texto de Hebreus nos permite concluir que Abel era justo e sua oferta foi feita com fé. Deduzimos que Caim era injusto, como ficou provado depois, e sua oferta era feita com incredulidade. Muitos atos religiosos são feitos sem fé, motivados pelo costume, obrigação, ou pelo desejo de se exibir, como acontecia com os fariseus (Mt.6.1-18).
A INVEJA
Tendo Deus recebido uma oferta e rejeitado a outra, a história começou a tomar um rumo totalmente inesperado. A prática religiosa se tornou motivo para um crime, assim como tem acontecido até hoje através das "guerras santas" e conflitos infindáveis pelo mundo afora.
Parece que Caim ficou mais revoltado com o fato de Deus ter aceitado a oferta de Abel do que pela rejeição de sua própria oferta. Notamos que a inveja dominou o coração do irmão mais velho. Afinal, ele era o primeiro em tudo, mas agora tinha ficado para trás.
A IRA
Diante daquela situação, Caim ficou irado. A ira, em geral, não é pecado. Está escrito: "Irai-vos, mas não pequeis" (Ef.4.26). É natural que as contrariedades do dia-a-dia nos provoquem a ira. Entretanto, é preciso saber o que faremos com ela. A bíblia fala em "acender a ira" (Gn.30.2; 31.35; 39.19; 44.18; Ex.4.14; etc). Ela é como o fogo. Nós o utilizamos em casa, com muito proveito, mas precisamos mantê-lo sob absoluto controle. Caso contrário, a destruição pode ser muito grande. A ira também consome, em instantes, o que levou anos para ser construído.
A ira ocasional é normal. Trata-se de uma reação que funciona como mecanismo de defesa do ser humano. Quando, porém, a ira é constante, alguma coisa está errada. É o caso do indivíduo colérico ou iracundo (Pv.22.24; 15.18). Algumas pessoas são como uma panela de pressão, prestes a explodir. Outras são como um vulcão.
"Quem se ira rapidamente fará doidices" (Pv.14.17).
O servo de Deus deve ser tardio para se irar, sabendo que a ira do homem não realiza a justiça divina (Tg.1.19-20). Ser tardio significa ser tolerante, paciente, ou seja, "ter o pavio longo".
Quando nos iramos, devemos tomar cuidado com as palavras e os atos. É melhor se calar em momentos assim. Se possível, as ações devem ser adiadas. Deixe a ira esfriar. É nessas horas que precisamos do domínio próprio (Gal.5.22). Algumas atividades físicas constituem boa maneira de extravasar a irritação. Uma caminhada, um banho frio e uma boa noite de sono ajudam a acalmar os nervos.
Deus não disse que Caim havia pecado por se irar, mas que sua ação seguinte poderia ser pecaminosa. A ira, quando alimentada por pensamentos, lembranças e palavras, pode se tornar ódio. Foi o que aconteceu.
Enquanto que, em Gênesis 3, Adão e Eva deviam ter controlado seu apetite, Caim devia controlar sua ira.
O AVISO
Naquele tempo não havia bíblia nem pregadores. Por isso Deus falou diretamente com Caim, antes e depois do homicídio. Isso mostra que, apesar de tudo, Deus não desistiu da humanidade. Continuando a leitura de Gênesis, percebemos que o homem foi se afastando cada vez mais de Deus, que passou a falar apenas com algumas pessoas justas e especiais (Gn.7.1; 12.1). Depois, as mensagens passaram a vir através de anjos (Gn.19.1) e sonhos (Gn.20.6; 28.12; 37.5; 40.5; 41.1). A comunicação de Deus para o homem foi ficando mais indireta.
Deus falou com Caim para avisá-lo sobre o pecado, como tinha avisado a Adão e Eva (Gn.2.17). Ele fala ainda hoje, de várias formas, com esse mesmo propósito (Jó 33.14; Heb.1.1). Contudo, Caim agiu como se não tivesse recebido a advertência. Assim também, muitos agem de forma contrária à mensagem celestial que lhes foi entregue.
Poderíamos imaginar que Deus tivesse rejeitado definitivamente a pessoa de Caim, mas não foi assim. O Senhor lhe disse: "Se fizeres bem, é certo que serás aceito". Fica claro, portanto, que Caim não estava predestinado a ir para o inferno. Ninguém está. Cada um pode decidir por si mesmo, se quer servir a Deus ou não (Js.24.15).
As palavras de Deus para Caim estão repletas de amor e misericórdia, dando-lhe uma nova chance, uma oportunidade de trazer novamente sua oferta, porém de um modo melhor. O grande problema foi que Caim desistiu de ofertar ao Senhor.
Se tudo está difícil em casa, na escola, no trabalho ou na igreja, não desista. Se tudo deu errado, não desista. Se for algo que possa ser repetido, faça melhor da próxima vez.
O CRIME
Caim usa de malícia e convida o irmão para ir ao campo. Ele pretendia ficar distante das testemunhas. Cuidado com situações de risco, onde estão apenas duas pessoas. Se possível, leve mais alguém ou então nem vá. Compreendemos que Abel jamais imaginaria que o irmão fosse capaz de tamanha atrocidade. Caim, por sua vez, não sabia que Deus era a testemunha onipresente.
Apesar da advertência divina, Caim se deixou levar pela ira e matou Abel. Seu crime teve vários agravantes: foi premeditado, proposital, sem motivo justo, cruel, traindo a confiança do próprio irmão.
O crime não ficou encoberto, pois chegou ao conhecimento de Adão e Eva (Gn.4.25). Ao saberem da morte do filho mais moço, o primeiro casal deve ter sofrido amargamente. Aquela foi mais uma conseqüência do primeiro pecado. O pecado dos pais destruiu a vida dos filhos.
CONTRADIÇÃO
Em um momento, Caim está cultuando ao Senhor através de sua oferta. Depois, mata o irmão. O que fazemos depois do culto?
O texto nos mostra dois tipos de relação: com Deus e com o irmão (ou o próximo). De nada vale adorar a Deus, se depois vamos maltratar o irmão. Esses dois níveis de comunhão devem ser coerentes (IJo.1.3). Não adianta ser um anjo na igreja e depois virar um demônio dentro de casa.
"Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo" (Lc.10.27).
"Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão justas" (IJo.3.12).
DUAS QUESTÕES
Em Gênesis 3.9, Deus perguntou a Adão: "Onde estás"? Em Gênesis 4.9, Deus pergunta a Caim: "Onde está o teu irmão"? São duas perguntas que precisamos responder diante de Deus. Em ambos os casos, o Senhor já sabe a resposta, mas deseja que o homem reflita, se conscientize, e se manifeste, confessando sua transgressão e agindo corretamente. É importante que cada um verifique sua posição, sua condição diante de Deus, mas é também fundamental que olhemos para o irmão, conhecendo suas necessidades e ajudando-o sempre que possível.
Caim ouviu a voz do Senhor mais uma vez (Gn.4.9). Era outra oportunidade para o conserto. Entretanto, pecou novamente: mentiu para Deus,dizendo que não sabia onde estava Abel. Um pecado leva ao outro, numa seqüência trágica. Ele ainda diz: "Sou, porventura, guardador do meu irmão"? Notamos sua arrogância, ironia e irreverência diante do Senhor. De uma pessoa assim, Deus não poderia mesmo receber a oferta, a não ser que ele desejasse uma transformação.
O CASTIGO
Deus então amaldiçoa Caim (Gn.4.11). Em Gênesis 1 e 2, vemos Deus abençoando. Nos capítulos 3 e 4 ele amaldiçoa, trazendo juízo por causa do pecado. Com isso, a terra foi ficando cada vez pior, produzindo espinhos e deixando de dar retorno satisfatório para o esforço humano. O trabalho foi se tornando cada vez mais difícil, árduo e menos gratificante.
Assim como Adão e Eva foram expulsos do jardim do Éden, Caim teve que ir embora da sua terra. Afastou-se do convívio de seus pais e perdeu a lavoura, pois era lavrador. O pecado traz perdas e prejuízos, tirando o indivíduo de sua posição e, às vezes, afastando- o da família. Dependendo do pecado cometido, a pessoa se vê obrigada a mudar de emprego, escola, igreja, casa, bairro, cidade ou até de país. Não era esse o propósito divino.
A MISERICÓRDIA
Deus podia ter exterminado Caim. Entretanto, usou de misericórdia para com ele. O Senhor sabia que, da sua descendência, viria algo de bom. Alguns de seus descendentes foram muito talentosos, inventando instrumentos musicais e artefatos de ferro e cobre. Nós vemos o presente e queremos fazer justiça à nossa maneira. Deus vê o futuro, as gerações vindouras, e poupa o pecador por algum tempo, dando-lhe oportunidade para se arrepender.
Na seqüência do texto, poderíamos ler que Caim se humilhou e pediu perdão a Deus. Contudo, isso não aconteceu. Sua arrogância e orgulho não permitiram. Ele prefere se afastar de Deus. Não sejamos assim. Aproveitemos as oportunidades que o Senhor nos dá. Confessemos os nossos pecados e peçamos o seu perdão, antes que seja tarde demais.
Em Gênesis 3, o primeiro pecado foi cometido. No capítulo 4, vários pecados aconteceram. Caim cometeu diversos. Depois, seu descendente Lameque matou duas pessoas. Afinal, teve um péssimo exemplo do seu patriarca. A multiplicação da iniqüidade estava ocorrendo rapidamente. O castigo também ia se multiplicando, até vir em forma de dilúvio.
O que se vê naquele texto não ficou restrito àquela ocasião. Ainda hoje, muitas pessoas vivem de acordo com o modelo de Caim. Muitas não chegam a matar o irmão, mas cultivam o ódio em seus corações.
"Qualquer que odeia o seu irmão é homicida" (IJo.3.15).
"Ai deles, porque entraram pelo caminho de Caim..." (Jd.11).
O capítulo 4 de Gênesis termina falando que, após o nascimento de Enos, começou-se a invocar o nome do Senhor. Isso foi ótimo, mas seria ainda melhor se tivessem invocado antes. Muitos males seriam evitados. Busque ao Senhor agora. Não espere que o pior aconteça.

O pecado da idolatria

Idolatria é trocar Deus por outra coisa ou pessoa, é adorar a um falso deus.
Todas as pessoas de todas as religiões devem ser respeitadas, amadas e devem ter o direito de expressar suas crenças e opiniões. No entanto, não é em nome do amor que vamos deixar de dizer a verdade. Isto seria uma contradição. A Bíblia fala do amor de Deus a toda a humanidade, independente de suas religiões (João 3.16). Contudo, ela fala também contra o pecado e contra as doutrinas erradas, mostrando que o caminho do erro leva ao inferno (Gálatas 5.19-21 e Apocalipse 22.15). Logo, devemos amar e também mostrar o erro. Devemos mostrá-lo polidamente, como é próprio do amor. No Velho Testamento, por exemplo, Deus fala contra aqueles que adoravam imagens de escultura e proibiu o seu próprio povo de fazê-las com o objetivo de se prostrarem diante delas (Êxodo 20:1-5; Isaías 40.18-20; Isaías 44.9-20; Isaías 45.20). Deus condenou também a invocação aos mortos
(Deuteronômio 18.9-14). O pecado da idolatria é um dos mais combatidos pelos profetas da Velha Aliança. Enquanto que os outros pecados, em geral, são ofensas contra Deus, a idolatria configura-se como abandono ao verdadeiro Deus. Pensemos, por exemplo, em uma vida conjugal. Marido e mulher podem, eventualmente, se ofenderem e se magoarem e tudo pode ser resolvido na maioria das vezes. O adultério, porém, é uma ofensa totalmente distinta das outras, porque vai contra o vínculo matrimonial e afronta seus compromissos basilares. Logo, na vida conjugal, o adultério é o mais grave pecado. A Bíblia compara a idolatria com o adultério. O povo de Deus é muitas vezes mencionado como "esposa" do Senhor. Essa expressão foi usada no Velho Testamento em relação à nação de Israel, e, no Novo Testamento, referindo-se à igreja. Quando o povo de Deus vai atrás de outros deuses, isto é considerado uma traição, ou um tipo de adultério espiritual. (Ezequiel 16; Ezequiel 23; Oséias 1.2; Oséias 3.1; Jeremias 3; Tiago 4.4-5).

Essas praticas são alguns dos grandes erros doutrinários de vários segmentos religiosos. Sabemos que muitos dos santos adorados hoje foram, de fato, pessoas santas, servos de Deus, dignos de serem imitados. Porém, morreram, e não ressuscitaram. Quando alguém lhes dirige uma oração, está fazendo uma invocação aos mortos, o que Deus proibiu e condenou. Tais fiéis, pessoas sinceras e bem intencionadas, deveriam estar fazendo seus pedidos a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). Jesus mesmo nos ensinou a orar direto ao "Pai nosso". Dizem que os santos intercedem pelos vivos. Mas, o que diz a Bíblia? Jesus é o único mediador entre Deus e os homens, conforme está escrito na primeira epístola de Paulo a Timóteo (2.5). Isto, porque Jesus foi o único que morreu na cruz para nos salvar do inferno, tomando sobre si o castigo pelos nossos pecados. Jesus e o Espírito Santo são os únicos que intercedem por nós diretamente diante do Pai (Isaías 53.12 e Romanos 8.26). É verdade que as pessoas vivas intercedem umas pelas outras, mas os mortos não intercedem por ninguém. Está escrito que os mortos não tem parte alguma no que sucede debaixo do sol (Eclesiastes 9.5-6). Eles não participam, não vêem, não ouvem orações, não intercedem, nem interferem.
Logo, vemos a invocação aos santos como idolatria e politeísmo. O apóstolo Paulo, quando estava vivo, não admitiu que ninguém o adorasse nem se prostrasse diante dele (Atos 14.11-15). Se hoje ele pudesse falar a todos quantos o invocam e veneram como santo, talvez ele repetisse suas palavras do texto de Atos: "Por quê fazeis essas coisas? Nós também somos homens como vós!"
Quando o apóstolo João, inadvertidamente, se prostrou diante de um anjo, este o repreendeu dizendo : "Não faças tal coisa. Sou teu conservo .... Adora a Deus!" Só diante de Deus devemos nos prostrar. Somente a ele devemos dirigir nossas orações. "Ao Senhor teu Deus adorarás e somente a ele darás culto." (Mateus 4.10). Devemos adorar ao Criador e não à criatura. (Romanos 1.21-25).
(Outras referências bíblicas sobre o tema : Jeremias 10.1-16 Ezequiel 22.3-4 Salmo 115.1-8).

Sansão e Dalila

Texto-base: Juízes 13.1-5, 24-25.
Introdução – Sansão foi um dos mais importantes servos de Deus no Velho Testamento. Sua história traz várias lições para os cristãos da atualidade, principalmente os líderes.
1- O Senhor escolheu Sansão - Vocação, consagração e missão – Jz.13.5.
Sansão foi escolhido e consagrado ao Senhor para realizar a missão de libertar Israel das mãos dos filisteus. Ele se tornou juiz e deveria ter sido um grande libertador.
2- O Senhor capacitou Sansão - Bênção e unção - Jz.13.24-25.
Ele foi abençoado e ungido com o Espírito Santo. Como conseqüência, possuía uma força física descomunal. Sua força não estava em seus cabelos, mas o corte seria desobediência, e por causa disso ele ficaria fraco. Todos os nazireus tinham cabelos compridos, mas não eram fortes como Sansão.
3- O Senhor estabeleceu regras – Jz.13.5.
Sansão deveria obedecer as leis do nazireado (Nm.6). O nazireu devia ser mais puro que o israelita comum. Ele não podia beber vinho nem cortar os cabelos. Ele não podia tocar em cadáveres nem se aproximar deles, mesmo que fosse de sua mãe. Se sua missão é especial, você deve ser especial, e isto pode exigir sacrifícios.
4- Sansão teve vitórias e experiências extraordinárias.
Ele matou um leão (Jz.14.5-6); matou 30 homens (Jz.14.19); matou 1000 homens (Jz.15.15); Deus fez sair água da rocha para ele (Jz.15.19).
5- Sansão quebrou as regras divinas.
Vitórias e transgressões se intercalavam em sua vida.
6- Sansão andou muito no território do inimigo, vivendo perigosamente, com emoções e riscos desnecessários.
Ele poderia ter ido lá para destruir o inimigo, mas ia para se confraternizar com eles.
- Ele se casou com uma filistéia, contrariando seus pais (Jz.14.1-3). Deus permitiu, mas as conseqüências foram ruins. Através dela os inimigos se aproximaram de Sansão para destruí-lo. Ele escapou, mas perdeu a mulher.
- Ele se envolveu com uma prostituta filistéia (Jz.16.1). Os inimigos o cercaram, mas ele escapou novamente.
- Ele se envolveu com Dalila (Jz.16.4). Os inimigos se escondiam dentro da casa dela (Jz.16.9). Com quem estamos nos envolvendo? A pessoa tem compromisso com Deus ou está com o Diabo dentro de casa?
- Naquele relacionamento pecaminoso, por três vezes ele foi preso, mas escapou ileso (Jz.16.9,12,14). Por isso, concluímos que Sansão:
- Fez “pouco caso” dos inimigos.
- Tornou-se auto-confiante.
- Achou que sempre escaparia, mesmo pecando.
- Estava servindo como “cobaia” para os testes de estratégia dos inimigos.

- O amor foi usado como pretexto para o pecado e como argumento de chantagem (Jz.16.15-17). Satanás continua fazendo isso hoje com grande eficiência. O “amor” tem sido pretexto para a prostituição, o adultério, a poligamia, o divórcio, o homossexualismo, etc. Paixão e desejo são confundidos com amor.
- Os inimigos não eram mais fortes do que Sansão, mas eram astutos (Ef.6.11-18). Satanás e os demônios não nos enfrentam diretamente, mas não param de trabalhar nos bastidores para a nossa destruição.
- Sansão pretendia que seu envolvimento com Dalila posse algo momentâneo, mas ficou eternamente vinculado a ela. Prazeres passageiros podem ter conseqüências eternas. Onde quer que alguém mencione Sansão, lembrar-se-á também de Dalila.
- Sansão dormiu no território do inimigo (Jz.16.13,19). O repouso de Sansão era sinal de sua tranqüilidade irresponsável. Ele não vigiou (em todos os sentidos do termo). Ficou acomodado em seu estado pecaminoso. “Não durmamos como os demais” (ITss.5.6), pois “o inimigo” não dorme.
7- Sansão foi derrotado.
- Ele não podia ser destruído por 1000 homens, mas foi derrotado por uma mulher. Enfrentava a espada, mas foi vencido por uma navalha. A prostituição e o adultério já derrubaram muitos homens. Ele foi preso, cegado, humilhado e escravizado. Este é o plano de Satanás para todo homem. Sansão serviu de palhaço no templo de Dagom.
8- Sua morte.
Para que o nome de Deus não fosse envergonhado, o Senhor lhe concedeu um último momento de força, com a qual abraçou as colunas do templo, trazendo-o abaixo. Inúmeros inimigos morreram, mas Sansão também morreu. A misericórdia do Senhor o alcançou no último momento de vida, mas sua história poderia ter sido outra.
Conclusão – Nós também somos chamados, escolhidos, abençoados e ungidos. Temos uma missão e muitos inimigos espirituais. Precisamos vigiar, pois o inimigo está sempre nos vigiando. O Senhor quer nos usar para que muitas pessoas sejam libertas. Não nos deixemos prender pelos inimigos que combatemos. Por mais fortes que sejamos, Satanás sempre atacará nossos pontos fracos. Qual é o seu ponto fraco? Cuidado com a navalha do inimigo!!!

A Água Viva

Em seu diálogo com a mulher samaritana, Jesus lhe disse: “Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias e ele te daria água viva” (João 4.10).
A água é um dos elementos mais importantes para o homem. Afinal, a maior parte do seu corpo é constituída por água, cerca de 70%. Podemos passar um mês inteiro sem comida, mas uma semana sem água pode ser fatal.
Essa é a bebida mais saudável que existe. É diet e light.
A água tem inúmeras utilidades e traz muitos benefícios para nós. Vejamos alguns deles:
A água mantém a vida. Só isso já seria o suficiente, mas ela também refresca, limpa, hidrata cada partícula do corpo, desde o cabelo em nossa cabeça até as unhas dos pés, favorecendo o funcionamento saudável de cada órgão, chegando a beneficiar até mesmo nossa aparência e nossa voz. Ela sacia a nossa sede, nos satisfaz.
Qual seria a “água viva” oferecida por Jesus? Trata-se de um símbolo cujo significado precisamos conhecer. O Novo Testamento utiliza a água para representar a palavra de Deus e o Espírito Santo (Ef.5.26; João 7.37-39). Normalmente, um não opera sem o outro. A água é “viva” porque tem o Espírito.
“A palavra de Deus é viva e eficaz” (Heb.4.12), e pela ação do Espírito Santo, produz e mantém a nossa vida espiritual. Ela nos limpa (João 15.3), refrigera a nossa alma (Sl.23.2-3), e favorece o funcionamento dos mais diversos aspectos da nossa vida, anulando a sequidão causada pelo pecado.
Um problema grave é a falta d’água. É o caso dos desertos e regiões áridas como o nordeste brasileiro, onde as chuvas são escassas.
Quantas pessoas vivem num deserto espiritual! Sua sede de Deus se manifesta como um vazio interior (Sl.42.2). Este sentimento produz a religiosidade presente em todas as civilizações conhecidas.
Muitos se consomem numa busca contínua por algo que possa satisfazer suas almas. Imaginam que sua necessidade suprema seja por dinheiro, carro, casa, emprego, casamento, etc. Tais coisas são necessárias, mas não satisfazem o espírito. Por isso, cada conquista pode ser acompanhada por uma decepção que lança o indivíduo a uma nova busca. A mulher samaritana, por exemplo, já estava no sexto relacionamento sentimental e não se sentia realizada.
Sua situação mudou completamente quando encontrou o Senhor Jesus e lhe pediu: “Senhor, dá-me dessa água” (João 4.15).
Jesus tem a “água viva” para todos, mas ele não obriga ninguém a recebê-la. Você precisa orar e dizer: “Senhor, dá-me dessa água. Muda a minha vida. Satisfaz a sede do meu coração”. Então, sua vida será transformada.
Alguns não têm a água viva; outros têm, mas não a bebem. É o caso daqueles que já se converteram, têm a palavra de Deus, a bíblia, mas não a lêem, não a conhecem. Talvez até saibam o que vai acontecer no próximo capítulo da novela, mas não sabem o que a palavra de Deus diz para suas vidas.
Quando nos abstemos de beber água, muitos males proliferam dentro de nós. As toxinas se multiplicam no nosso corpo e nos contaminam. Quando evitamos a palavra de Deus, as raízes do pecado começam a crescer sem que percebamos.
Devemos beber a Palavra sem economia. Afinal, Jesus já pagou a conta. Recebamos a sua palavra todos os dias. Devemos ler, estudar, conhecer a bíblia. Seus benefícios em nossa vida serão muito superiores ao que esperamos ou possamos imaginar.
A palavra de Deus deve nos encher até transbordar. Assim, ela vai se manifestar no que sentimos, no que pensamos, no falamos e fazemos. Da mesma forma, devemos ser cheios do Espírito Santo, que transbordará em nós através de hinos, salmos, cânticos espirituais, amor, alegria, paz e todo o fruto do Espírito (Ef.5.18-20; Gl.5.22).
O mundo nos oferece poços artificiais e corremos o risco de cair dentro deles. O Senhor nos oferece um manancial que trará refrigério para as nossas almas. 

A CONVERSÃO DE ZAQUEU

Passando por Jericó, Jesus foi seguido por uma grande multidão (Lc.19.1). Naquela cidade morava Zaqueu, chefe dos publicanos, que eram os coletores de impostos para o governo romano. Se um cobrador ou fiscal de tributos já é mal visto pelos contribuintes, quanto mais aqueles que recolhiam o dinheiro de seus concidadãos para entregá-lo ao dominador estrangeiro. Se um publicano já era rejeitado pela comunidade, quanto maior ódio se manifestava contra o chefe da coletoria.
Zaqueu queria ver Jesus, mas sua pequena estatura colocava-o em desvantagem diante da multidão. Mesmo saltando, talvez não conseguisse vê-lo. Se entrasse no meio do povo, corria o risco de ser pisoteado, principalmente sendo o “inimigo público número um”. Teve, então, a ótima idéia de correr na frente de todos e subir numa figueira brava.
Podemos comparar a estatura de Zaqueu às nossas limitações pessoais. Talvez tenhamos bons desejos, boas intenções, mas estamos limitados e impedidos de realizá-los. Muitos querem conhecer Jesus e servir a Deus, mas não estão à altura do padrão divino. Então, buscam recursos naturais ou humanos para superar seus próprios limites.
Zaqueu tinha uma alta posição pública, mas era fisicamente pequeno. Talvez sejamos grandes aos olhos das outras pessoas, mas intimamente sabemos quão pequenos somos, quão carentes e dependentes de Deus. Zaqueu tinha autoridade, riqueza e títulos, mas era falho em seu caráter.
Aquele homem não estava enfermo, endemoninhado, desempregado, nem tinha problema financeiro. Ele não se encontrava em nenhuma das situações que normalmente levam as pessoas a procurarem Jesus. Contudo, ele precisava ser salvo. Todos precisam de Cristo, não apenas para resolver problemas imediatos, físicos ou financeiros, mas o problema da alma, que é o pecado, a separação de Deus e a perdição eterna.
A árvore não resolveria o problema de Zaqueu. Ele veria Jesus apenas de longe. Não poderia tocá-lo, segui-lo, nem conversar com ele. Muitas pessoas imaginam que, por sua própria capacidade e esforço, possam conhecer Jesus ou agradá-lo. Quantos imaginam que a religiosidade ou as boas obras possam aproximá-los de Deus. De cima da árvore, Zaqueu viu Jesus, mas nada lhe restava a não ser observá-lo se afastando até desaparecer.
Entretanto, Jesus olhou para cima e viu aquele homem. Jesus está em busca do ser humano, mais do que nós possamos buscá-lo. O Mestre se importa e toma a iniciativa. Ele se mostrou interessado em se comunicar com Zaqueu. Ele não apenas viu o chefe dos publicanos, mas lhe dirigiu a palavra. Jesus o conhecia, sabia seu nome, e falou com ele, dizendo: “Zaqueu, desce depressa, porque hoje me convém pousar em tua casa”. Cristo superou todas as expectativas daquele homem, deixando-o surpreso e maravilhado. Assim ele faz conosco.
Zaqueu recebeu uma ordem de Jesus e obedeceu imediatamente. Ele tinha que descer daquela árvore e encarar a realidade. Ele podia parecer um homem alto, superior a todos, enquanto estivesse lá em cima, mas precisava descer e sentir-se pequeno novamente.
Quase ninguém estaria disposto a visitar um publicano. Seria como entrar na casa de um político corrupto. O visitante passa a ser suspeito também. Entretanto, Jesus rompeu as barreiras do preconceito ao se hospedar naquela casa. Ele não queria apenas um contato casual na rua, mas uma comunhão mais íntima no aconchego do lar. Jesus quer ser nosso amigo íntimo e não apenas que o encontremos no meio da multidão. Ele está em nossa casa ou só o encontramos nas reuniões públicas?
Jesus queria entrar na casa de Zaqueu, mas ele nunca o faria sem o devido consentimento. Então, Zaqueu o recebeu com alegria. Receber Jesus ou rejeitá-lo é uma decisão que cada pessoa deve tomar. Ele foi recebido, não apenas no lar, mas no coração daquele homem. Percebemos isso pelo regozijo daquele publicano.
Naquele momento, Zaqueu se converteu. Como sabemos disso? Por causa das suas decisões e das ações que executaria. Ele resolveu dar metade dos seus bens aos pobres e devolver quadruplicado o que havia extorquido. Houve mudança de mente, de valores, de propósito, de vida. Isto é arrependimento e conversão. O homem comum só pensa em receber. O convertido pensa em dar e em devolver o que pertence a outrem. Se alguém conhece Jesus, mas continua sendo desonesto, explorador do próximo, mentiroso, corrupto, então não houve conversão. Converter é mudar. Se não houve mudança de direção na vida, então a pessoa continua andando para o inferno, apesar de ter visto Jesus no meio do caminho. Jesus entrou na casa de Zaqueu e toda a sua família pôde conhecê-lo. Cristo quer alcançar as famílias, abençoar os lares e restaurar os casamentos. Disse então Jesus: “Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão” (Lc.19.9).
Zaqueu era rejeitado e excluído pelo povo, mas Jesus o incluiu no seu plano de salvação, ao dizer: “também este”. Da mesma forma, Ele inclui e considera a cada um de nós como pessoas importantes diante do Pai celestial. Certamente, ninguém acreditava que Zaqueu pudesse se converter, mas Jesus acreditava. Ainda que todos nos rejeitem, Deus nos recebe. Ele acredita em nós e quer nos transformar em cidadãos do reino dos céus.
Zaqueu não merecia ver Jesus, muito menos ouvir a sua voz, receber a sua visita e ser salvo. Nenhum de nós merece as dádivas de Deus, mas ele no-las dá por sua infinita graça.
O povo que ficou do lado de fora começou a murmurar pelo fato de Jesus ter se hospedado na casa de um pecador. Até parece que os outros que ali estavam não eram pecadores. Quando apontamos o outro como pecador, esquecemos de olhar para os nossos próprios erros. Se não os reconhecemos, não arrependemos e não somos perdoados. Zaqueu não acusou ninguém, mas reconheceu seu próprio pecado e resolveu mudar.
Certamente, havia ali muitos religiosos que se consideravam superiores. Achavam que estavam perto de Deus. Contudo, tinham atitudes contrárias a Jesus, resistindo suas palavras e questionando suas ações. Por isso Jesus disse que os publicanos e meretrizes entrariam no reino de Deus antes dos religiosos (Mt.21.31).
Aquele era um dia especial. Jesus estava ali e um pecador se arrependeu. Entretanto, aquele povo não se alegrou com isso, e ainda murmurou contra Jesus porque ele não se comportava de acordo com os preconceitos vigentes (Lc.19.7). Precisamos tomar cuidado para não termos atitudes erradas diante dos atos de Deus. Não podemos ser murmuradores, mas adoradores, reconhecendo as maravilhas que Jesus tem feito.
“Hoje veio a salvação a esta casa”. Zaqueu foi salvo e, talvez, toda a sua família também tenha sido. A salvação é o principal propósito do evangelho (Rm.1.16). Jesus veio buscar e salvar o que se havia perdido (Lc.19.10). Seu propósito não é dar riqueza a ninguém. Os valores do evangelho são espirituais e eternos. Não podemos reduzi-los a uma visão materialista e temporária. Zaqueu foi salvo, mas os murmuradores não foram. Nenhum deles convidou Jesus para entrar em sua casa ou em seu coração.
Hoje, Jesus fala a cada um, chamando pelo nome. Ele nos manda descer do nosso orgulho e recebê-lo com alegria. Convide-o para entrar em sua casa, em sua vida. Seja transformado. Seja salvo.
“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Ap.3.20).

O CASAMENTO CRISTÃO


"Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno. Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de desquite. Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de prostituição, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério. "Mateus 5:27-32 


Visando a prevenir furtos, uma de nossas grandes lojas de departamentos avisa: "Você está sendo vigiado por circuito fechado de TV." Ao voltar-nos para a Palavra de Deus, percebemos estar sob a vigilância da santidade divina. Deus não controla simplesmente nossas ações mas penetra fundo para revelar o que vai por dentro. Ele não apenas conhece cada ação, mas também nossos pensamentos e os intentos de nosso coração. Talvez em nenhum outro lugar essa verdade esteja mais claramente apresentada do que em Mateus 5:27-32, onde o Senhor expôs as exigências de Deus no domínio da pureza moral. Numa época em que é comum o sexo pré-matrimonial e extramatrimonial, precisamos lembrar-nos de que um Deus santo proíbe a imoralidade. Deus está vitalmente interessado na preservação do casamento e do lar. Sendo verdadeiro que toda bênção que Deus tenha dado para benefício da humanidade pode ser pervertida, a Bíblia tem muito que dizer sobre o domínio da moral e de seu efeito no indivíduo, na sociedade e no lar, bem como em qualquer outra esfera da vida humana.

O casamento não é uma instituição social destinada simplesmente ao homem e, portanto, por ele imaginada. É divina. Teve seu começo não na sociedade mas na ordenança de Deus. No início do livro de Gênesis, Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea" (2:18). O casamento teve seu começo na mente de Deus que o instituiu. Deus fez Adão cair num profundo sono; enquanto dormia, ele tomou uma das costelas do homem e fechou o lugar com carne. Estava formada uma esposa para o homem. "Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne" (Gênesis 2:24). Pelo casamento Deus une marido e mulher numa união inseparável, indissolúvel. Os dois se tornam uma só carne. Com o mandamento concernente ao matrimônio, Deus protege-o de violação e também contra a sua dissolução.

O casamento foi instituído, antes de tudo, por motivos de ordem pessoal. Ao criar o homem e a mulher, Deus dotou-os de apetites físicos. Esses apetites de origem divina foram uma bênção conferida à humanidade. Foram dados não só para a procriação mas também para gozo físico e emocional. Eram uma bênção que o Criador destinava especificamente para benefício da criatura. Isto está bem claro em Hebreus 13:4, onde o autor da carta escreveu que o casamento é digno de honra entre todos e a relação matrimonial seja sem mácula. Paulo, escrevendo aos coríntios, amplia o assunto, e reconhece a necessidade física do marido assim como da esposa. Deus proveu para esta necessidade: "Por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada uma o seu próprio marido" (1 Coríntios 7:2). A solução divina para o problema do desejo físico não é abstinência ou controle, mas casamento. Por isso Paulo instruiu cada homem a ter sua própria esposa e cada mulher o seu próprio marido. Neste vínculo, cada um tem responsabilidade para com o outro no domínio físico que o apóstolo traçou tão claramente em 1 Coríntios 7:3-5. Ele reconheceu a necessidade e mostrou a solução divina.

O casamento também foi instituído para benefícios sociais. A sociedade fundamenta-se não no indivíduo mas na família. Para que não haja esfacelamento total da sociedade, Deus protege o matrimônio como instituição divina, de sorte que a sociedade não dê margem à corrupção que, inevitavelmente, deve surgir e à dissolução que resulta quando se destrói a menor unidade da sociedade.



Alicerces Para Um casamento Feliz

As três pedras fundamentais desse alicerce
 



Não faz muito tempo, o teto do ginásio de esportes da cidade americana de Hartford desabou. É que seus construtores, ao edificá-lo, tinham-se preocupado só com o lado estético, fazendo uma bela estrutura. Mas ela não suportou o peso da neve e do gelo acumulados no telhado.
Existem muitos casamentos que vivem o mesmo problema. Começam com uma belíssima cerimônia religiosa, e tudo parece muito promissor.

O Casal se sente bastante feliz, na expectativa de uma vida a dois cheia de alegrias. Mas pouco depois passam a sentir o "peso" do relacionamento, e rachaduras surgem aqui e ali. É aí então que muitos desabam. Quando Deus instituiu o casamento desejava que ele fosse um bom relacionamento. A vontade dele é que o casamento vá melhorando mais e mais e seja muito bom. Mas para que isso aconteça, é preciso que ele seja edificado sobre um alicerce sólido. E Deus revela na Bíblia que esse alicerce é constituído de três pedras fundamentais.



A primeira pedra que deve estar presente no casamento é o fato de que
a idéia de casamento vem de Deus


A Bíblia ensina isso com clareza
  



Gênesis 2.21-24, "21 Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; 22 e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. 23 Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne".

Mateus 19.4-6, "4 Respondeu-lhe Jesus: Não tendes lido que o Criador os fez desde o princípio homem e mulher, 5 e que ordenou: Por isso deixará o homem pai e mãe, e unir-se-á a sua mulher; e serão os dois uma só carne? 6 Assim já não são mais dois, mas um só carne. Portanto o que Deus ajuntou, não o separe o homem".

Efésios 5.31, "Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e se unirá à sua mulher, e serão os dois uma só carne".

Infelizmente, ao realizar-se uma cerimônia de casamento, toda atenção é dirigida para aspectos supérfluos, e o resultado é que acabamos perdendo de vista a verdadeira razão do matrimônio. A verdade é que o casamento não é instituição humana; foi instituído por Deus, para atender a seus propósitos. O casamento deve ser centralizado em Deus.


Atentemos para a advertência que Deus faz em 1 Pedro 3.7 – "Igualmente vós, maridos, vivei com elas com entendimento, dando honra à mulher, como vaso mais frágil, e como sendo elas herdeiras convosco da graça da vida, para que não sejam impedidas as vossas orações".
Uma das razões por que não recebemos respostas de oração é que nem sempre tudo está correto no relacionamento com nosso cônjuge. Deus não quer que comparemos nosso relacionamento com o de outros casais, para vermos se está certo; o próprio Senhor Jesus é o padrão de aferição, conforme Efésios 5.25-27 – "25 Vós, maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, 26 a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, 27 para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível". O relacionamento deve ser semelhante ao que existe na Trindade.

Deus não avalia um casamento baseando-se nos ganhos materiais do casal, nem em seu status social, mas sim no crescimento espiritual. O marido e a mulher são responsáveis perante Deus pela maneira que conduzem sua relação a dois. Ele dirige a cada um de nós a seguinte pergunta: "Você sente que está mais semelhante a Jesus hoje por ser casado do que estaria se não o fosse?"



A segunda pedra fundamental que deve estar no alicerce do casamento é consciência da Vontade de Deus.  


Se perguntássemos a todas as pessoas casadas: "Por que você se casou?" Essa pergunta teria apenas duas respostas. A mais sincera seria: "Eu me casei porque quis". Vi nessa moça (ou rapaz) alguma coisa que me agradou. Tinha alguns desejos - emocionais, físicos e sociais - muito intensos, e ela (ou ele) parecia a pessoa mais adequada para satisfazê-los. Por isso me casei."

Paulo afirma que essa é a razão por que os gentios se casam. O motivo da união tem origem neles mesmos. O casamento que é baseado em nossa própria vontade é como uma nota falsa. Parece com a verdadeira mas um bom conhecedor vê logo que se trata de uma falsificação. É por isso que muitos deles acabam falindo. O amor humano se exaure rapidamente. Depois nem o desejo sexual, nem o status social são suficientes para sustentar a relação, e afinal o casal tem que reconhecer que o casamento não vai bem. Alguns terminam em separação; outros vão se agüentando até quando podem. Mas tais casamentos não passam de arremedos do verdadeiro. É que houve ali uma tentativa de se criar, pela vontade do casal, algo que só Deus pode criar.

Porém a melhor resposta seria: "Casei-me porque senti que era essa a vontade de Deus". Isso é um casamento cristão. Um casamento não é cristão apenas pelo fato de ter sido oficializado numa igreja; mas o é porque se originou no coração de Deus. O casal se une para obedecer a vontade de Deus. O casamento cristão começa no momento em que duas pessoas reconhecem que Deus escolheu uma para a outra. Deus une um casal em matrimônio não para satisfazer o desejo do coração deles, mas para realizar o desejo do seu próprio. Só o amor de Deus é capaz de sustentar um bom casamento. E ele nasce quando reconhecemos que nosso casamento é da vontade de Deus, que foi Deus que nos escolheu um para o outro, e nos casamos em obediência à vontade Dele.


 

 A terceira pedra fundamental de um casamento cristão é o reconhecimento de que fizemos um pacto de vivermos juntos. 


Quem está pensando em se casar, deve pensar nisso seriamente. Pois ao recitar os votos matrimoniais ( que todos conhecem ), o casal afirma o seguinte: "Prometo, na sua presença e diante de Deus, que, aconteça o que acontecer, sempre o (a) amarei. Você é lindo (a) hoje, com seu rosto belo, com seu corpo perfeito e no vigor da sua juventude. Mas eu te amarei mesmo quando estiver com 83 anos, com rosto enrugado; mesmo que você fique doente, mesmo que fique aleijado (a) e prostrado (a) num leito. Eu o (a) amo sempre e continuarei a amá-lo (a). A única coisa que poderá nos separar é a morte. Será que amamos nosso cônjuge assim? "Amo-o (a) aconteça o que acontecer". Uma atitude assim confere um forte senso de segurança e de liberdade ao relacionamento conjugal. É imperioso que o casal faça esse juramento na presença de Deus. Essa é a terceira pedra fundamental do alicerce de um casamento cristão.

Está claro agora por que só um casamento cristão pode ser o tipo de casamento que Deus deseja? É que somente o Espírito Santo pode produzir essa espécie de amor em nossos corações.

Se você já é casado, e o seu casamento não está assim, então ore agora: "Pai, confesso que nosso casamento não é como queres que ele seja. Não tenho esse tipo de amor". Arrependa-se dos pecados que Deus te revelar, e peça ao Espírito Santo para inundar o seu coração de amor. Ele com certeza irá revolucionar o seu relacionamento conjugal, fazendo dele um bom casamento, como o Senhor deseja que seja - algo de muito belo na presença d'Ele.
 

COMO CONHECER A DEUS

Na vida, estamos em contato com muitos seres, coisas e elementos. Ao lidar com algo ou com alguém, é melhor que saibamos, com antecedência, quais são suas principais características. Sem esse conhecimento, o contato pode ser muito perigoso. Um bom exemplo é a energia elétrica. Para fazermos uso dela sem riscos e com bom proveito, precisamos estar conscientes de sua natureza, ou seja, suas características. Caso contrário, podemos morrer eletrocutados.
Da mesma forma, é necessário que conheçamos a natureza de Deus, e esta informação é obtida, principalmente, através da leitura da Bíblia e, aliás, esse é um dos propósitos pelos quais possuímos a Bíblia: conhecer a natureza de Deus.
Quem não busca esse conhecimento através da Bíblia corre dois riscos:
1 - Adorar pessoas, espíritos ou objetos, pensando que está adorando a uma verdadeira divindade.
2 - Possuir uma idéia errada a respeito de Deus. Há quem diga: "Deus não vai mandar ninguém para o inferno. Ele é Pai de todos e vai salvar a todos".
Esta é uma frase típica de quem não conhece nada ou quase nada a respeito da natureza de Deus.
O pior efeito da ignorância é um modo de vida incompatível com a realidade. É um tipo de alienação espiritual. Quem vive confiando em uma idéia errada a respeito de Deus corre o risco de ter uma espantosa decepção no dia do Juízo Final.
Resumidamente, podemos dizer que a natureza de Deus engloba as seguintes características principais:
- Amor - Deus ama a humanidade.
- Justiça - Deus não ama o pecado. Apesar de amar o homem, Deus vai impor sua punição pelo pecado. Essa punição caiu sobre Cristo na cruz. Por causa desse sacrifício, aqueles que se arrependerem de seus pecados ficarão livres do castigo.
- Santidade - Deus é santo, separado de todo mal.
- Espiritualidade - Deus é Espírito. Isto significa que ele não é formado pela matéria, não é uma imagem de escultura, nem um objeto.
- Personalidade - Deus é um ser pessoal, ou seja, ele tem vontade própria, inteligência e sentimentos. A personalidade de Deus pressupõe também sua individualidade, isto é, ele é um ser distinto dos demais, um indivíduo, por assim dizer. Deus não é uma idéia, não é uma força, nem uma energia. Deus não está contido na sua criação e não pode ser confundido com ela.
- Eternidade - Deus não teve principio nem terá fim.
Se formos explorar mais o assunto, veremos que a natureza de Deus é um tema ilimitado o vai além da capacidade humana de compreender. Não obstante, devemos sempre estudar a Bíblia afim de conhecermos mais sobre a natureza do Senhor e, desta forma, podermos viver de modo mais agradável a ele.

O VALE DE OSSOS SECOS

"... O Senhor me levou em espírito e me pôs no meio de um vale que estava cheio de ossos... eram numerosos e estavam sequíssimos... Então me disse: Profetiza sobre estes ossos e dize-lhes: Ossos secos, ouvi a palavra do Senhor... Então profetizei... e eis que se fez um reboliço, e os ossos se juntaram, cada osso ao seu osso... E profetizei como ele me deu ordem: então o espírito entrou neles e viveram, e se puseram em pé, um exército grande em extremo." (Transcrição parcial do texto de Ezequiel 37.1-14)
Uma das mensagens desse texto é a esperança baseada no poder de Deus. Se Deus enviasse o profeta ao meio de pessoas doentes, Ezequiel talvez pudesse sugerir tratamentos para elas. Porém, Deus o coloca diante de mortos, e não apenas isso, mortos há muito tempo, com seus ossos sequíssimos. É um quadro que mostra o fim dos recursos naturais e humanos. Aparentemente, é o fim de tudo. Mas os recursos divinos ainda não se esgotaram. Aleluia!
Quando tudo parece perdido, Deus ainda tem solução. Veja o caso de Lázaro (João 11). Jesus chegou quatro dias depois do seu sepultamento. Parecia tarde demais, mas para Deus não era, e ele foi ressuscitado.
Aquele vale cheio de ossos desarticulados e misturados mostra a desorganização de uma vida sem Deus. Vida? É mais apropriado dizer uma morte em vida. Desorganização nos sentimentos, nos negócios, nos objetivos, na família, etc. Muitas pessoas hoje são verdadeiros mortos-vivos. Já sepultaram seus sonhos e seus ideais. Deus disse ao profeta : "Filho do homem, profetiza aos ossos: ossos secos ouvi a palavra do Senhor..." A Palavra de Deus é o remédio para o problema do homem. É através da palavra de Deus, a Bíblia, pregada e ensinada, que os mortos espirituais viverão. A Palavra de Deus é viva (Hb.4.12) e comunica vida. Aqueles que receberem de bom grado essa Palavra, serão por ela transformados, vivificados.
Cada osso vai encontrando seu lugar no corpo. Isso pode ser usado de forma aplicada para dizer que cada pessoa vai encontrando sua posição no corpo de Cristo, que é a igreja. Vai encontrando sua razão de viver, sua missão, seu objetivo de vida, sua função.
O texto destaca ainda a importância da ação do Espírito de Deus sobre nós. De nada adianta tudo estar no seu lugar, se não houver a ação do Espírito Santo, se não houver unção, se não houver poder. Seria como um motor de um carro que estivesse bem montado, mas sem o lubrificante e o combustível necessários ao seu perfeito funcionamento. Assim, nossas igrejas não devem ser apenas organizações bem estruturadas. Isso é bom, mas não é suficiente. Não podemos funcionar sem o poder do Espírito Santo, sem a unção dos céus.
Uma vez que estamos vivificados pela Palavra, e ungidos pelo Espírito, tornamo-nos um exército. Deus não ressuscitou aqueles mortos para que cada um fosse cuidar de seus próprios interesses. Deus os ressuscitou para que se tornassem um exército para lutar na causa do Senhor. Aqueles que são vivificados, salvos pelo Senhor, serão usados para alcançar outros. Isso não quer dizer que deixaremos de cumprir com os nossos deveres. Vamos trabalhar, estudar, divertir, etc. Mas nada disso ocupará o lugar de Deus em nossas vidas. Nada disso poderá impedir que façamos nosso trabalho na obra de Deus. Ele nos ressuscitou (Ef.2.1-2). Logo, nossa vida pertence a ele e vamos viver para a sua glória.

O QUE É DÍZIMO

R = É 10% (dez por cento) ou 1/10 avos.

Deus é muito bom, de 100% Ele permite que fiquemos com 90%, nos pede apenas 10%!

Não é OFERTA! Oferta é tudo aquilo que damos além do dízimo.

OFERTA ALÇADA - Vem do Hebraico “teruma” = PESADAS, ALTAS, ELEVADAS, PRODUTIVAS...

II - NÓS SOMOS MORDOMOS DO SENHOR

Mordomo é o Administrador de Bens Alheios

Tudo o que temos, na verdade, não é nosso - É do Senhor!

I Cor 10:26 “Porque do Senhor é a terra e a sua Plenitude”

Ageu 2:8 “Minha é a prata, meu é o ouro, diz o Senhor dos Exércitos.”

SL 50:10 “Porque meu é todo o animal da selva, e o gado sobre milhares de montanhas. Conheço as aves dos montes e minhas são todas as feras do campo...”

Col 1:16 “... tudo foi criado por meio dele e para Ele.”

Gn 2:15 - “E tomou o Senhor Deus ao homem e o pôs no Jardim do Éden para o lavrar e guardar.” - Deus não deu o jardim ao homem, pôs o homem no jardim para o lavrar e guardar..."

Mt 25:14-30 - Na parábola dos talentos vemos que o Senhor entregou os talentos para os servos administrarem... Mas tarde o Senhor volta para pedir contas de tudo!

III - TUDO O QUE TEMOS VEM DO SENHOR

I CRÔNICAS 29:14 - "Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to damos."

Os 2:8-9 - “Ela, pois, não soube que eu é que lhe dei o grão, e o vinho, e o óleo, e lhe multipliquei a prata e o ouro... Portanto, tornar-me-ei e reterei a seu tempo o meu grão, e o meu vinho; e arrebatarei a minha lã e o meu linho...”

IV - UM DIA TEREMOS QUE PRESTAR CONTAS

É o que aprendemos na Parábola dos Talentos - Mt 25:14-30

Rm 14:12 - “Assim, pois, cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus.”

II cor 5:10 - “Porque importa que todos nós compareçamos perante o tribunal de Cristo...”

Prestaremos conta de TUDO! Dos dízimos (10%) e até mesmo dos restantes 90% que também não é nosso! (somos apenas mordomos...)

V - O DÍZIMO É BÍBLICO


A) NO VELHO TESTAMENTO

1) No Éden - Já vemos o princípio do dízimo quando o Senhor separou uma árvore para Ele

2) Abraão dizimou - Gn 14:20 - Note que Abraão não viveu debaixo da Lei e sim da Graça - Gál 3:17.

3) Jacó dizimava - Gn 28:20-22 - também viveu antes da lei!

4) Melquisedeque (Sacerdote) recebia dízimos - Hb 7:1-2 - antes da lei!

5) O dízimo foi depois incluído na Lei - Lv 27:30-32 - Nm 18:21-24 - Dt 14:22-29 “O dízimo será santo ao Senhor” - Os que costumam dizer que não dão o dízimo porque é coisa da lei, saibam que Jesus afirmou que a Lei não foi revogada “Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas: não vim para revogar, vim para cumprir” - Mt 5:17 ( leia até o verso 20).

6) Salomão, que foi o homem mais sábio da terra, afirmou: - “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares.” (Prov 3:9-10).


B) NO NOVO TESTAMENTO:


1) Em Jesus foi restaurado o tempo da graça (que existiu no tempo de Abraão) - e a graça não exclui o dizimar...

2) O Novo Testamento não anula, cancela ou revoga o V.T. apenas modifica ou adiciona... E não alterou a lei do dízimo!

3) Exemplos: O Fariseu da parábola (Lc 18:12) - Os fariseus em geral (Mt 23:23).

4) Levi (=Mateus) recebia dízimos - de quem? Sinal de que era prática apostólica Hb 7:9

5) Judas Iscariotes era Tesoureiro do colégio apostólico - para quê havia um Tesoureiro? Certamente para recolher dízimos e ofertas!

6) Jesus ratificou a prática do dízimo:

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” - Mt 5:20

Exceder - significa fazer tudo de correto que eles faziam e muito mais.

“Ai de vós escribas e fariseus hipócritas, pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé. Deveis porém fazer estas coisas e não omitir aquelas.” - Mt 23:23

“Estas coisas” - deveis fazer... ( praticar o juízo, a misericórdia e a fé )

e “Não omitir aquelas” = ( o dar o dízimo )

7) “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” - Lc 20:19-26

De César - era o imposto

De Deus - o dízimo!!!

8) Cristo é Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque - SL 110:4 - Hb 7:17,21.

Melquisedeque recebia dízimos de Abraão...

Cristo recebe dízimos dos filhos de Abraão... (nós somos filhos na fé de Abraão)

9) Outros textos em que Cristo aprova a contribuição financeira e reprova a avareza:

Aprovou a oferta da viúva pobre Lc 21:1-4;

Lc 11:42; Lc 12:15,22-31,42-44; Lc 16:1,2,10-12; Lc 18:18-23; 29-30; Lc 19:11-27

VI - DESCULPAS INFUNDADAS ( QUE DEUS JAMAIS ACEITARÁ! )

1) “NÃO ENTREGO O DÍZIMO MAS DOU OFERTAS” - Lv 27:30-32 “O dízimo é santo ao Senhor” - A lei não foi revogada! Mal 3:8 diz que quem não dizima rouba a Deus - Uma oferta que é menor (não pelo valor!) não subistitue uma dívida maior! O dízimo é mais importante!


2) “EU ADMINISTRO O MEU DÍZIMO...” - Errado! Está escrito: “Trareis à Casa do Tesouro” - Deve ser entregue publicamente na Igreja onde se é membro ou participante;


3) “NÃO DOU O DÍZIMO PORQUE GANHO POUCO” - Injustificável... Sendo o dízimo percentual, ele é proporcional... É cálculo justo, igual para todos (10%). - Jesus não olha apenas o que damos, mas o que nos sobra! (caso da viúva pobre, ele percebeu que não lhe sobrou nada!)


4) “NÃO DOU PORQUE NÃO SOBRA” - O Dízimo deve ser “primícia” para Deus. Deve ser o primeiro pagamento quando recebemos o nosso salário. Deve ser dado pela fé! Deus está em primeiro lugar, e deve ocupar o primeiro lugar na sua vida, e também no seu orçamento.


5) “NÃO CONCORDO COM A ADMINISTRAÇÃO DA IGREJA”

- Ao entregar o dízimo, o estamos entregando para Deus...

- Os Administradores dos recursos de Deus, terão que prestar contas da sua administração...

- E você prestará contas do que não deu!

- concordando ou não, devemos entregar o dízimo na igreja onde somos membros ou participantes.

VII - UMA TERRÍVEL VERDADE:

Deus não permite que o crente use o dinheiro do dízimo em seu próprio benefício! Deus promete bênçãos, mas também maldição!

Adão quis usar o dízimo do Senhor ( A árvore separada por Deus para Ele ) - Veja que terrível punição recebeu!

Agora veja as seguintes verdades contidas em Ageu Cap. 1:2-11 :

O muito que você espera se tornará pouco... O dinheiro vai estar sempre faltando na sua vida, não vai render!

Deus, com assopro, dissipa o seu dinheiro!

É como se você pegasse todo o seu salário e pusesse em um saco, e, segurando-o pela boca, vai levando a bolada para casa... Só que o “saco” está furado, e o dinheiro perde-se todo pelo caminho.

A terra retém seus frutos... O Céu o seu orvalho!

SACO FURADO NA VIDA DO CRENTE É...

- médico, farmácia, hospital, batida do carro, ladrão, etc.


O dinheiro de Deus em nossas mãos é maldição! Ele assopra porque nos quer bem... Ele quer nos dar prosperidade - precisamos confiar n´Ele e ser fiel nos dízimos e nas ofertas.

O correto seria termos no culto público um Ato exclusivo para entrega de dízimos. As ofertas seriam entregues em outro momento distinto. E, no ritual de entrega dos dízimos, deveríamos observar a seguinte ordem: - Primeiro, o Pastor; Segundo, Os Oficiais e demais líderes; Terceiro, a congregação em geral.

VIII - BÊNÇÃOS PARA OS DIZIMISTAS

“Fazei prova de mim se eu não vos abrir as janelas do céu... e derramar bênçãos sem medida”

Deus não quer filhos pobres e necessitados!

Nossa fidelidade é a porta da prosperidade!

Faça prova, decida ser dizimista a partir de hoje

CONCLUSÃO

Se há dívida acumulada (dízimos atrasados) - Ele perdoa! Ele perdoa “todos” os teus pecados...

Mas agora te diz: “Vá, e não peques mais, para que não te suceda mau pior...”

Faça um propósito de dar o dízimo a partir de hoje! ( e se puder, dê também os atrasados...)

Nota: Em II Cor 9:7 quando Paulo diz “cada um contribua segundo propor no seu coração” não está falando de dízimos ou de contribuições para Deus em geral, e sim de “esmolas” que eram recolhidas para os pobres de Jerusalém.