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O Primeiro Milagre


A transformação da água em vinho
Jesus e seus discípulos foram convidados para uma festa de casamento e aceitaram o convite (João 2.1-2). Cristo não era alienado. Ele participava dos eventos sociais, procurando estar sempre com o povo. De outro modo, como poderia cumprir sua missão? Precisava estar perto das pessoas para abençoá-las e salvá-las. Os cristãos, da mesma forma, não podem constituir um grupo isolado. Somos diferentes do mundo, mas não distantes ou fora dele (Jo.17.11,15,16). Não podemos aceitar convites para a prática pecaminosa (Pv.1.10-15). Outros, porém, podem ser aceitos. É necessário, contudo, que o cristão, onde estiver, dê um bom testemunho, sendo sal e luz (Mt.5.13-14), agindo em benefício do próximo. Foi o que Cristo fez. Jesus foi convidado porque sua presença é agradável. Onde ele está, o ambiente é celestial.
A certa altura das bodas, acabou-se o vinho (2.3). Era comum que as festas de casamento durassem sete dias, mas, sem vinho, isso não seria possível. O que fazer? Talvez pudessem comprar mais. Entretanto, é possível que os convidados não estivessem dispostos a esperar. Fim do vinho significava fim da festa.
Como ficaria a reputação do noivo diante de seus amigos? Teria ele falhado na preparação das núpcias? Ficaria marcado como negligente perante a noiva e os familiares? Ainda que os convivas tivessem consumido além do esperado, ou mais rapidamente, o noivo deveria estar prevenido. Estava, portanto, estabelecida uma situação de vergonha e desgosto, podendo marcar, de forma negativa, o início da vida conjugal.
Maria, mãe de Jesus, também estava presente e percebeu que o vinho tinha acabado (2.3). Não tendo poder para resolver a situação, ela foi falar com seu filho. Ele parece não ter recebido bem a interferência da mãe (2.4). Afinal, ele já sabia do fato e talvez estivesse esperando o melhor momento para agir. A presença de Jesus não evita que determinados problemas ocorram. Aliás, eles podem ser necessários e úteis, desde que sejam bem conduzidos e devidamente solucionados. Uma necessidade torna-se oportunidade para o milagre. Não queremos problemas, mas Deus permite que tenhamos alguns para que também possamos ter experiências sobrenaturais.
Maria sabia que Jesus ia tomar alguma providência e deu, então, uma sábia orientação aos servos da casa: “Fazei tudo o que ele vos disser” (João 2.5). Se temos algo a aprender com as palavras de Maria é no sentido de voltarmos nossa atenção para Cristo, procurando realizar, não apenas parte, mas tudo o que ele nos mandar.
Ele podia fazer o milagre, até mesmo antes que a falta do vinho fosse notada, mas isso não atenderia aos seus propósitos. Ninguém saberia. Seu poder não seria reconhecido (2.11) e Deus não seria glorificado. É preciso que, por algum tempo, sintamos a necessidade, a fim de que a bênção seja desejada e valorizada.
Se Jesus quisesse, poderia dizer uma palavra e o vinho jorraria de todos os vasos e copos, mas ele deseja a participação dos servos na realização do milagre. Em muitos episódios dos evangelhos aconteceu assim: as pessoas esperavam uma bênção e recebiam uma ordem. É preciso obedecer para ser abençoado, e não o contrário. Deus quer a participação humana em suas obras. Ele pode fazer tudo sozinho, mas nos deu o privilégio e a oportunidade de participar, e isto significa trabalho. A nossa fé deve ser demonstrada através da obediência e do serviço, pois “a fé sem obras é morta” (Tg.2). Jesus faz o milagre, mas precisamos fazer a nossa parte.
Os servos tinham muito trabalho a fazer, mas isso lhes daria a chance de serem participantes e testemunhas do milagre. Os convidados estavam em posição mais cômoda. Ficavam apenas se divertindo, enquanto esperavam o garçom passar. Qual é a nossa postura no reino de Deus. Agimos como convidados ou como servos? Queremos apenas beber o vinho do milagre ou trabalhar na sua produção? Aquele que tem a iniciativa de servir, também tem oportunidades singulares. Os servos sabiam o que os convidados ignoravam (2.9).
Jesus mandou que os serventes enchessem de água seis talhas de pedra (2.7). Em cada uma delas cabia entre dois e três almudes, ou seja, entre 72 e 108 litros. Era muita água para ser carregada. O Senhor nos manda fazer coisas difíceis, mas, se fizermos, ficaremos satisfeitos com o resultado. Aquele ato de obediência exigia esforço. Jesus abençoa os que trabalham, mas os preguiçosos continuam passando necessidade.
As talhas foram cheias até a borda (2.7). A obediência foi imediata e completa. Quanto mais água, mais vinho. Não podemos fazer apenas o mínimo, a não ser que queiramos uma bênção pequena. Não podemos ser “econômicos” na oração, no jejum, na leitura bíblica e no serviço ao Senhor. Precisamos fazer mais, fazer muito e fazer bem feito.
Para fazer o milagre, Jesus usou o que estava à sua disposição: os servos, as talhas e a água. Estamos disponíveis para Cristo operar? Nossos bens, tempo e talentos estão entregues ao Senhor? Se o dono da casa escondesse os recipientes, talvez o milagre não tivesse acontecido, ou a quantidade seria menor.
Todos queriam vinho e Jesus manda encher os vasos com água. Queremos o produto final, pronto e servido. Entretando, a operação divina pode ocorrer em etapas, conforme seus soberanos propósitos. Aquela ordem parecia não fazer sentido, mas ninguém lhe fez perguntas. Devemos obedecer sem questionar. Nem sempre vamos saber o porquê das ordens ou dos atos divinos.
Então, o milagre aconteceu. Jesus transformou a água em vinho. O texto não traz explicações químicas ou biológicas a respeito do processo. Não podemos nem precisamos explicar cientificamente os atos de Jesus. Aqueles que dependem de explicações colocam obstáculos à sua própria fé. Nem sempre vamos saber como Deus opera. Precisamos crer em seu poder, mesmo sem compreender sua forma de agir.
Em seguida, os servos levaram o vinho para que o mestre-sala experimentasse. Ele era o responsável pelo controle de qualidade. Quando experimentou o vinho de Jesus, aquele homem ficou surpreso e maravilhado. Suponho que ele nunca houvera bebido um vinho tão bom. Jesus faz, e faz bem feito. O vinho de Jesus é superior. Experimente! Com Jesus, tudo fica melhor. Não aceitemos o que o inimigo oferece. Deus tem o melhor para nós. Não sejamos impacientes. Esperemos o tempo certo, quando ele suprirá a nossa necessidade de forma miraculosa e surpreendente.
O mestre-sala disse ao noivo: “Todo homem põe primeiro o vinho bom... mas tu guardaste até agora o bom vinho” (2.10). Quando Jesus opera em nós, saímos do limite dos costumes e das tradições para um nível de excelência. As pessoas esperavam que, com o passar do tempo da festa, o vinho fosse piorando, mas, se Jesus está presente, a tendência é melhorar, de fé em fé (Rm.1.17) e de glória em glória (IICo.3.18). As tribulações são grandes, mas as vitórias são maiores. A festa estava salva. A comemoração podia continuar, com alegria ainda maior. Aquele casamento sempre seria lembrado pela presença e pelo poder de Jesus. O problema foi transformado em bênção. Ali Jesus realizou seu primeiro milagre, marcando aquele casal e aquela cidade. Caná da Galiléia ficou definitivamente vinculada à maravilha da transformação da água em vinho.
O fato de Jesus ter escolhido uma festa de casamento para realizar seu primeiro sinal nos mostra como o matrimônio e a família são importantes para Deus. Além de atender à necessidade do momento, aquele ato de Jesus demonstrou seu poder transformador. Hoje, ele tem transformado muitas vidas. Assim como aconteceu naquelas bodas, pode chegar um momento na vida conjugal ou individual quando a alegria acaba. Tudo estava indo tão bem e, de repente, instala-se o caos. Isto pode ser resultado de algum acontecimento ruim, decisões equivocadas ou práticas pecaminosas. Nessas horas, Jesus é a nossa única esperança. Ele pode fazer o que não está ao nosso alcance, e faz muito melhor, dando aroma, cor e sabor à nossa existência.
Jesus é especialista na transformação de vidas. Ele atua naqueles que já foram descartados pela sociedade. Cristo recupera o marginal, transformando-o em cidadão de bem. Acima de tudo, ele nos transforma de tal maneira que possamos ser agradáveis a Deus (Rm.12.1-2).
Depois que a água foi transformada em vinho, a festa continuou, mas isso só foi possível porque os noivos convidaram Jesus para aquele casamento. Todos devem convidá-lo. Nossa vida sem ele é vazia e inútil. Só Cristo pode nos abençoar, nos dar uma nova motivação para viver. Com ele, temos um novo começo, pois seu poder age em nós, fazendo transbordar o nosso cálice.


A Parábola dos Talentos


“Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos e entregou-lhes os seus bens” (Mt.25.14).
O início da parábola nos faz pensar que a mesma dá continuidade a um tema mencionado anteriormente. De fato, a expressão “isto é também” liga esta passagem à parábola das 10 virgens, concluída no verso 13. O pronome demonstrativo “isto” se refere ao reino dos céus, que se manifestará em plenitude na segunda vinda de Cristo. (Compare Mt.25.1 com 25.14).
Jesus contou muitas parábolas relacionadas ao reino e à segunda vinda. Por quê tantas? Não seria repetitivo? O que acontece é que nenhuma parábola é suficiente para expressar toda a realidade espiritual. Então, o Mestre contava diversas. Cada uma demonstrava novos aspectos, conceitos e valores do reino.
Ele acabara de falar sobre as 10 virgens, mas precisava mostrar um outro lado da questão. Jesus deseja que tenhamos uma visão cada vez mais ampla sobre a sua pessoa, sobre o Pai, o reino de Deus, a segunda vinda, e sobre nós mesmos, nossa posição e responsabilidades.
A 1ª parábola mostra Jesus como noivo e nós, seu povo, somos representados pelas noivas, as 10 virgens. O relato se refere às bodas nupciais, uma grande festa.
A 2ª parábola mostra Jesus como Senhor e nós como servos. Não fala de festa, mas de trabalho.
IDENTIDADE: SERVOS
Nossa visão não pode estar focalizada em apenas alguns desses aspectos, mas em todos. O cristianismo deve ser visto sob a ótica do amor e do relacionamento, mas não podemos ignorar a obediência e o trabalho que o Senhor espera de nós. A igreja é noiva, mas não deixa de ser serva.
Queremos muitas bênçãos de Deus, e ele nos dá, mas não desejamos ordens ou proibições. Se somos servos, devemos assumir nossa posição de obediência. Não podemos ser exigentes com Deus nem determinar o que ele deve fazer. Atitudes como esta não combinam com a figura do servo.
A parábola fala sobre um senhor (um homem rico) que, antes de viajar para uma terra distante, chamou os seus servos (escravos) e lhes entregou os seus bens (Mt.25.14). Tal gesto demonstra a grande confiança depositada naqueles serviçais. O senhor podia ter deixado suas propriedades a cargo de pessoas de posição social elevada, como os banqueiros, mas não o fez.
Jesus estava se referindo a si mesmo. Ele é o Senhor que, dentro de pouco tempo, haveria de retornar à glória celestial, mas, antes disso, chamou seus discípulos e lhes deu poderes, prerrogativas e uma missão. Todos os cristãos, em todos os tempos, também receberam a vocação celestial. O Senhor é quem nos chama e também nos capacita, colocando em nossas mãos os bens necessários à realização da sua obra.
Ele entregou os bens nas mãos dos servos, mas não lhes “deu” os bens. Tudo continuava pertencendo ao Senhor (v.18). Os servos são apenas mordomos, dispenseiros, dos dons de Deus (ICo.4.1). Neste mundo, nada nos pertence. Afinal, nós também pertencemos a Deus. Todo servo é propriedade do seu amo. Não pertencemos a nós mesmos. Nossos bens, família, dinheiro, tempo e dons, tudo é do Senhor.
“Do Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Salmo 24.1).
“Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (ICo.6.9).
Quando recebemos algo do Senhor, devemos ser gratos e responsáveis. Não se trata de uma doação, mas de um depósito. Não destrua o que Deus lhe entregou. Podemos usar, com zelo, não deixando que se perca aquilo que é de Deus. O melhor é que façamos bons investimentos para que o que recebemos seja multiplicado, sempre que possível. Tal propósito envolve muito trabalho. Precisamos trabalhar. É para isso que o servo existe.
Entendemos que aqueles servos seriam representantes do seu senhor enquanto ele estivesse viajando. Seriam seus procuradores, agindo em seu nome, fazendo negócios com os seus bens. De modo semelhante, a partir do momento que o Senhor Jesus foi assunto aos céus, os cristãos passaram a ser seus representantes. Isto é uma grande honra e maior responsabilidade. Representamos o Senhor neste mundo. Nossas palavras e ações podem honrar ou trazer vergonha para o seu nome.
Quando o senhor viaja muitos servos param de trabalhar. Querem apenas comer, beber, dormir e se divertir. Pode ser que alguns queiram fugir. Deus deseja que seus servos trabalhem.
A DISTRIBUIÇÃO
O Senhor deu cinco talentos ao primeiro servo, dois ao segundo e um ao terceiro, conforme a capacidade de cada um (Mt.25.15). Nosso conceito sobre o amor e a justiça divina talvez nos levasse a pensar que ele daria o mesmo a todos, mas não é assim. Em sua onisciência, ele já sabe o que cada um vai fazer com o que recebeu. Por isso, ele não desperdiça, embora não deixe de dar oportunidade a todos. Se Deus deu riqueza a um cristão, isto não significa que ele dará a mim ou a você. Não nos invejemos uns aos outros, mas procuremos trabalhar para a multiplicação daquilo que recebemos.
O que é um talento? Alguns responderiam rapidamente que Jesus estava se referindo aos dons, às habilidades naturais e/ou espirituais. Entretanto, o sentido literal do texto não se refere a isso. Um talento, nesse contexto, é dinheiro, um tipo de moeda grega, com valor correspondente ao pagamento de seis mil dias de trabalho numa vinha (aproximadamente 20 anos).
Podemos comparar os talentos a tudo o que o Senhor nos deu, inclusive dons, habilidades, etc, mas não podemos ignorar o sentido original do texto.
O CARÁTER DEMONSTRADO NA PRÁTICA
O servo que recebeu cinco talentos poderia ter ficado satisfeito, acomodado, mas não ficou. Trabalhou de tal forma que conseguiu um rendimento de 100% sobre a quantia inicial.
O talento não é um prêmio (ainda). Não é o fim, mas apenas o início de uma jornada. Podemos alcançar muito mais em nossas vidas e ministérios. Podemos crescer muito. Não fiquemos acomodados.
Em todas as conquistas do cristão, existe a parte divina e a parte humana. Deus deu cinco talentos e o servo conquistou mais cinco. Sem Deus nada seria possível, mas não podemos achar que ele vá fazer tudo sozinho. Em muitas áreas é assim: Deus começa e nós continuamos. Orar é importante, pedindo que Deus faça algumas coisas que não estão ao nosso alcance, mas trabalhar também é fundamental, de modo que façamos o que Deus espera de nós.
O servo que recebeu dois talentos poderia ter ficado satisfeito, ou até mesmo revoltado, vendo o que o primeiro recebera. Entretanto, ficou motivado para o trabalho e também conseguiu 100% de rendimento.
O que recebeu um talento ficou revoltado contra Deus (e talvez contra seus conservos também). Ele foi, então, e escondeu o dinheiro. Aquele homem também trabalhou. Ele cavou a terra, fez um buraco, colocou o dinheiro lá dentro e depois o cobriu. Ser infiel também dá trabalho (muito), mas não dá bons frutos. Alguém poderia pensar que aquele homem tenha sido zeloso, guardando o dinheiro, mas não era este o propósito do seu Senhor. Quando alguém recebe algo valioso, guardar é o mínimo que pode ser feito. Entretanto, Deus não quer que façamos apenas o mínimo. Precisamos fazer o máximo que pudermos. Em outras palavras, precisamos fazer o melhor.
(Por exemplo, algumas pessoas compram ou ganham uma bíblia e a mantêm guardada durante décadas, mas nunca a lêem. É um tesouro guardado e desperdiçado).
Daquele momento em diante, aquele servo ficou entregue à ociosidade. Como nós estamos? Temos escondido o nosso talento? Não podemos esconder o que o Senhor nos tem dado. Não podemos esconder a nossa mensagem. Devemos ser como um luzeiro, que a todos leva a sua luz.
Aquele homem sabia que o dinheiro não lhe pertencia. Esse conceito estava certo, mas sua atitude era errada. Se não é meu, por quê eu vou fazer multiplicar? Este é o raciocínio egoísta do mau servo, do mau empregado, do mau cristão. Trabalhe em seu emprego como se a empresa fosse sua. Trabalhe na igreja como se ela fosse sua. De fato, tudo pertence ao Senhor e não aos homens.
“Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros” (Fp.2.4).
“Se no alheio não fordes fiéis, quem vos dará o que é vosso?” (Lc.16.12).
TEMPO DE TRABALHAR
“Muito tempo depois, veio o Senhor e fez contas com eles” (Mt.25.19).
O talento tem o seu valor, mas não podemos nos esquecer da importância do tempo. Geralmente, não o valorizamos. A demora do Senhor representa o tempo que temos para trabalhar. Este é o prazo que a igreja tem para realizar sua missão na terra.
Quem ainda não trabalhou, talvez tenha tempo para se arrepender e começar. O terceiro servo tinha apenas um talento. Ainda que começasse tarde, talvez ainda conseguisse 100% de lucro, mas deixou o tempo passar.
O RETORNO
Veio o Senhor...
Muitos pensam que Jesus vai demorar muito. Talvez, em relação ao dia de hoje, e por uma perspectiva humana, pode ser que ele demore. O problema é que, às vésperas de sua volta, muitos continuarão pensando que ele ainda vai demorar. Esse tipo de pensamento pode levar ao relaxamento. Supondo que ele vá demorar, ainda posso adiar o meu trabalho. Não faça isso, pois Cristo voltará num momento inesperado (Mt.24.45-51).
Há quem pense até que ele não virá mais (Ex.32.1; IIPd.3.4). Então muitos passam a viver desordenadamente.
Aqueles servos iam levando suas vidas. Dois trabalhavam. Um não trabalhava. De repente, veio o Senhor.
Jesus virá. Sua vinda é certa. Não sabemos quando será, mas devemos nos preparar como se ele fosse voltar em breve. De qualquer forma, se ele não vier rapidamente, nós iremos. Então, o trabalho é urgente, pois não sabemos quanto tempo ainda nos resta.
O DIA DO JUÍZO FINAL
“Veio o Senhor e fez contas com eles” (Mt.25.19).
Haverá uma prestação de contas, quando cada um deverá se apresentar diante de Deus e mostrar o fruto do seu trabalho. Que diremos ao Senhor? O que lhe apresentaremos?
O que recebeu um talento foi para o fim da fila (permita-me imaginar). O que recebeu cinco talentos se aproximou logo do Senhor e apresentou o relatório. Ele era ousado. Aquele que não trabalhou precisava se esconder, como fizera com o talento recebido.
Os servos trabalhadores apresentaram ao Senhor todos os talentos (v.20). Tudo deve ser entregue ao Senhor, porque tudo é dele. Cada um deles foi honrado e recompensado por todo o seu trabalho. Assim acontecerá com os cristãos fiéis, quando o Senhor voltar.
Disse-lhe o Senhor: “Bem está, certo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Entra no gozo do teu Senhor” (Mt.25.21). Observe que o Senhor disse “pouco”. Não precisamos murmurar diante da quantidade recebida. Por mais que tenhamos recebido, Deus sabe que é pouco, pois ele tem infinitamente mais para nós. Não nos ensoberbeçamos nem murmuremos pelo pouco que temos.
O valor de um talento é muito dinheiro para um trabalhador (20 anos de salário). O que dizer então de 5 talentos? Corresponde a 100 anos de salário. Para mim, é uma fortuna. Entretanto, o Senhor disse que tudo isso é pouco.
Sejamos gratos, fiéis e trabalhadores. Neste mundo, recebemos apenas uma pequena amostra do que Deus tem.
Ele disse: “Entra no gozo do teu Senhor”. Isto é muito mais do que bens, muito mais do que talentos. É usufruir a própria presença de Deus por toda a eternidade.
O FRACASSO DE UM SERVO
Aquele que recebera um talento mostrou-se amargurado, revoltado, expressando um conceito errado sobre o Senhor, mostrando que não o conhecia bem. Pensava que o Senhor ia tomar todos os talentos quando voltasse. Afinal de contas, tudo pertencia a ele. Então, de que valeria o seu trabalho? Pensando assim, não trabalhou. Ele poderia até parecer esperto, mas foi surpreendido pelo Senhor, que não tomou os talentos dos dois servos que trabalharam.
É possível que os outros servos também pensassem que todos os talentos seriam recolhidos, mas, ainda assim, trabalharam fielmente. Parece que o Senhor surpreendeu a todos.
Foi dado a cada um o fruto do seu próprio trabalho. O que fazemos (ou deixamos de fazer) volta para nós mesmos. É a lei da semeadura e da colheita.
Quando chegou a vez do terceiro servo, o Senhor lhe tirou o talento e deu ao que tinha dez. Este acabou ganhando mais 20% sobre a quantia original. O Senhor tem muito mais para aqueles servos que trabalham. É algo além do resultado do trabalho. É abundância proporcionada pela bênção de Deus.
O terceiro servo perdeu tudo. O Senhor dá, mas ele também tira. Adão e Eva foram colocados no Paraíso, mas, por causa do pecado, foram expulsou de lá. Cuidado! Não tenhamos uma idéia ilusória sobre o amor e a graça de Deus.
O servo foi condenado por não ter trabalhado? O problema não está exatamente no dinheiro no trabalho, nas obras, mas na fidelidade que Deus espera. O erro estava no caráter e nas atitudes daquele homem. Ele se mostrou mau, infiel, negligente, preguiçoso, omisso, arrogante, atrevido, blasfemo e inútil.
ROTEIRO ALTERNATIVO
Os servos não tinham pleno conhecimento da situação que os envolvia. Nós também não temos.
As coisas poderiam ter sido bem diferentes se, no início da parábola, o Senhor tivesse feito uma reunião com os servos e lhes explicasse tudo:
- Para onde ele estava indo.
- O que iria fazer lá.
- Qual seria a data e a hora do seu retorno.
- Qual era o seu critério da distribuição diferenciada dos talentos.
- O que cada um devia fazer com o dinheiro (em detalhes).
- Qual seria a recompensa ou o castigo que teriam quando ele voltasse.
Se fosse assim, não haveria liberdade de ação para os servos nem surpresas no final. Cada um agiria, não com base no seu caráter, mas por causa do prêmio ou por medo do castigo. A missão não serviria como teste. Seria como entregar uma prova para os alunos juntamente com as respostas.
Não é o que desejamos, muitas vezes?
Aqueles servos sabiam apenas o seguinte: O Senhor viajou, mas vai voltar. Enquanto isso, nós devemos trabalhar.
Não vamos saber de tudo com antecedência, ainda que seja grande a nossa curiosidade. Nossos questionamentos nem sempre serão respondidos. Precisamos ser fiéis, mesmo sem ter todas as respostas. Confie no Senhor e prossiga no caminho. Abraão obedeceu a Deus e saiu sem saber para onde ia (Heb.11.8). Ele confiou e caminhou.
Questionamentos sem respostas podem ter efeito paralisante. O cristão questionador pode ficar parado (para não dizer empacado).
Pergunte menos e trabalhe mais. O Senhor sabe o que faz e nós devemos fazer o que ele manda, mesmo sem saber muitas coisas.
A CONDENAÇÃO
O texto termina dizendo: “Lançai o servo inútil nas trevas exteriores. Ali haverá pranto e ranger de dentes.” (Mt.25.30).
Este versículo parece falar sobre a condenação eterna de um servo do Senhor. Isto é duro de admitir, mas não consigo ver de outra forma. Aquele homem era, de fato, um servo, porém infiel. Ele não era um ímpio. E, se é verdade o que alguns acreditam, que o verdadeiro crente não pode se perder, então acabou a utilidade da parábola de Jesus. Pense bem.
Que tipo de servo nós somos? Bom e fiel ou mau e negligente?
Aquele servo inútil perdeu muito mais do que o talento. Perdeu a presença do Senhor, sendo lançado fora da casa (nas trevas exteriores).
O Senhor tem expectativas a nosso respeito. Fidelidade é o que ele espera de nós.

As cidades refúgio


O Velho Testamento nos causa admiração por diversas razões, mas, particularmente, devido à existência de leis, costumes e circunstâncias culturais muito diferentes das que vivemos agora. É o caso das "cidades refúgio", as quais eram 6 cidades previamente escolhidas, para as quais um assassino acidental poderia fugir e obter acolhimento (Nm.35.6).

Esta determinação constava da lei ditada por Deus a Moisés. Vemos, nessa questão, a providência divina pra proteger aqueles que matassem alguém por acidente. Entretanto, o assassino intencional não teria direito à proteção das cidades refúgio. Ele seria morto pelo seu crime.

Ao estudarmos as histórias bíblicas, principalmente as do Velho Testamento, precisamos vislumbrar o que elas têm em comum com a nossa realidade. Hoje, um homicida não tem um lugar determinado para onde possa fugir e ficar legalmente protegido. Entretanto, todos nós somos originalmente culpados diante de Deus, ainda que não sejamos homicidas. "Todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm.3.23). Nossa culpa nos induz à fuga. Nossa natureaza nos diz: "Fuja!" Para onde fugiremos? Muitos procuram argumentos racionais, filosóficos e etc. para justificarem seus erros e pecados. Este é o lugar de fuga que escolheram. Outros optam por negar o erro cometido. Existem ainda aqueles que culpam outra pessoa. Cada um foge em uma direção. Quando Caim matou seu irmão, sua ação seguinte foi fugir da presença do Senhor. E nós, para onde fugiremos? Como escaparemos do castigo pelas nossas faltas?

A Bíblia diz: "Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará." (Sl.91.1). Ao contrário do que fez Caim, devemos correr em direção a Deus, e não correr de Deus. O salmista Davi escreveu: "O Senhor é o nosso refúgio e fortaleza" (Salmo 46.1). "Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento." (Salmo 32.7). Aleluia!

O próprio Deus, através da obra redentora de Cristo, providenciou o nosso refúgio, nossa cidade forte, que é o fato de estarmos acolhidos debaixo da sua graça e da sua misericórdia. Devemos estar escondidos em Cristo, justificados, não por nossas explicações humanas, mas pelo sangue do Cordeiro. Esse esconderijo não é um covil, de onde se planeja sair para comerter outros erros. De modo nenhum; mas é o lugar de segurança de todos aqueles que se arrependeram e querem acertar.

"Filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo." (I Jo.2.1).

O entulhamento dos poços

Texto: Gn.26.1, 12-17

Introdução: O valor da água no Oriente Médio, uma região muito seca.
Vivemos em um mundo seco, carente de amor, carinho, respeito, amizade, paz e felicidade.

1- Águas vivas que jorram.
O cristão deve ser uma fonte de água viva (João 7.37-38), fluindo o amor, a palavra e o poder
de Deus na família, na igreja, no trabalho, etc.

2- O inimigo quer bloquear a água viva.
Os filisteus, inimigos de Isaque, podem ser comparados a Satanás e seus demônios, que trabalham
para bloquear o fluir de Deus em nós. Ele lança seu lixo diariamente sobre a vida dos cristãos:
tentação, acusação, palavras destrutivas, humilhação, heresias, conceitos mundanos. Precisamos evitar
ou selecionar o que recebemos através de filmes, músicas, literatura, etc.

3- Limpe o poço.
Isaque desentulhava os poços ou cavava outros, mas nunca desistia. Limpe sua vida e sua
consciência. Não aceite o pecado. Confesse e deixe. Busque sempre ao Senhor para que a água
viva flua continuamente através de suas palavras e atos

Duas sementes em conflito

Texto: Gn.3.15

Introdução: Deus disse que haveria inimizade entre a semente da mulher e a semente da serpente.
Seriam duas descendências em conflito durante a história. A descendência da serpente são os filhos
do Diabo. A descendência da mulher são os filhos de Deus.

1- Acompanhando a narrativa bíblica, encontramos em conflito ou em oposição: Caim e Abel,
Ismael e Isaque, Cão e Sem, Esaú e Jacó, Faraó e Moisés, etc.

2 - Alguns destes homens deram origem a nações em conflito. A semente bendita continuava
representada por Israel. A semente maligna era representada pela Assíria, Filistia, Babilônia, Egito,
etc.

3- A semente maligna perseguiu a semente bendita, infligindo-lhe muitos males, tentando
exterminá-la antes que nascesse o Salvador.

4- A semente bendita tem o seu representante supremo na pessoa de Jesus Cristo, que também foi
perseguido pelos representantes do mal: Herodes e Judas Iscariotes. Até os fariseus desempenharam
esse papel e foram chamados de “raça de víboras” que tem o sentido de uma descendência de
serpentes. Jesus se referiu aos seus opositores como “filhos do Diabo” (João 8.44).

5 - Cada pessoa escolhe a que descendência participar, pois esta é uma questão espiritual e não genética ou racial.
Até judeus, que participavam da semente bendita, escolheram o mal (João 8.44). Todos são, por natureza,
“filhos da ira e da desobediência” (Ef.2.1-5), mas podem se tornar “filhos de Deus” (João 1.11-12)
independente de sua raça ou nacionalidade.

Conclusão: Os filhos de Deus sofrem algum dano em algum momento. O diabo lhes fere o calcanhar.
Afinal, esta é a única parte de contato entre ambos pois o inimigo está debaixo dos nossos pés, tendo
sua cabeça esmagada por Jesus Cristo e sua igreja (Rm.16.20).

A pesca maravilhosa


Texto-base: Lucas 5.1-11
Introdução - O ministério de Jesus teve muitos aspectos e áreas de atuação. Ele curou enfermos, expulsou demônios, etc., mas uma de suas principais atividades foi o ensino. Por isso, ele era chamado rabi, mestre. O texto de Lucas 5 nos mostra Cristo selecionando alguns de seus alunos.
1- Aula teórica - Lc.5.1-3 - Jesus ministra à multidão. O local é a praia. Em destaque: o conhecimento. Muitas pessoas querem ouvir a palavra de Deus, mas sem compromisso. Talvez quisessem apenas algum benefício pessoal, o que não é errado, embora seja insuficiente.
2- Aula prática - Lc.5.4-9 - Jesus ensina aos discípulos. O local é em alto-mar. Em destaque: o poder. Nossa experiência com Cristo não se resume a palavras. A multidão foi embora. Poucas pessoas têm uma experiência mais íntima com Jesus. A praia, terra firme, é onde se aprende a teoria, mas o pescador não pode ficar para sempre na praia. Os desafios das águas profundas, com suas tribulações e dificuldades, trazem grandes experiências e resultados. Os maiores peixes estão em alto-mar. (Obs.: o “mar de Genesaré”, também chamado “mar da Galiléia” é, de fato, um lago muito extenso: 21 km. de comprimento por 12 de largura).
O que foi ensinado naquela aula? Fundamentos para a vida cristã, o ministério e a igreja.
Ação divina - aquela pesca extraordinária só foi possível pela operação do poder de Deus.
Ação humana - os pescadores precisaram fazer sua parte: ir para o mar alto, lançar as redes e puxá-las de volta. Através da obediência, eles demonstraram fé na palavra de Jesus.
Ajuda mútua - Jesus providenciou uma quantidade de peixes que superava a força individual. Os discípulos estavam sendo ensinados a trabalharem em equipe. O egoísta quer todos os peixes para si. Por isso, não pede ajuda e acaba perdendo tudo.
3 - O curso avançado - Lc.5.10-11 - Jesus chama aqueles discípulos para serem pescadores de homens. Em destaque: desafios crescentes e experiências além da imaginação. Começava então o curso de três anos, no qual Jesus prepararia seus apóstolos. Como exemplo, podemos citar os versos 12 e 18, que falam sobre a cura de um leproso e um paralítico.
Conclusão: Após a ministração da palavra de Deus, Jesus quer fazer milagres na vida de cada um. Assim como Pedro se prostrou aos pés do Mestre, reconhecendo sua própria condição de pecador, é necessário que cada ouvinte da palavra, reconheça seus pecados, se prostre diante de Jesus e faça um compromisso de ser seu discípulo, seguindo-o por toda a vida (Lc.5.11).

Clique aqui para acessar outra mensagem baseada no mesmo texto bíblico.

A serva de Naamã

Texto: II Reis 5.1-14

Introdução: No período do Velho Testamento, Israel era o povo representante de Deus na terra.
Por meio daquela nação o nome do Senhor seria glorificado ou envergonhado. O Senhor colocou judeus em muitos lugares,
até mesmo ruins, porque precisava de suas testemunhas ali. Exemplos: Daniel cativo na Babilônia e aquela menina israelita
que foi levada cativa para a Síria, tornando-se escrava do oficial Naamã.

1- Não sabemos o nome daquela menina, mas conhecemos o seu testemunho.
Por causa dela, o oficial Naamã foi ao encontro de Eliseu e encontrou a cura. Precisamos ajudar muitas pessoas a
encontrarem o Senhor para que sejam salvas. Ainda que sejamos desconhecidos, precisamos ser eficientes.

2- O testemunho do servo de Deus é composto por vida e palavra.
Nossa vida está sendo observada. Esta é nossa principal mensagem. A vida íntegra dá autoridade à nossa palavra.
Aquela menina falou e suas palavras receberam crédito. Entendemos que sua vida era exemplar. Aquela menina não
tinha riquena material, mas era fiel ao Senhor.

3- O mau testemunho tem sido prejudicial ao reino de Deus.
Muitas pessoas, que se dizem servos de Deus, estão vivendo de modo contrário à palavra de Deus, tornando-se motivo
de escândalo para o evangelho.

Conclusão: Vivamos de modo digno da vocação com que fomos chamados (Ef.4.1; Fil. 1.27), procedendo como
representantes de Deus, como embaixadores do céu aqui na terra.

Pelos Mares da Vida


Que o Senhor Jesus seja o comandante do nosso barco.
Os navios estão entre os meios de transporte mais antigos e importantes da história. Sua primeira citação bíblica encontra-se em Gênesis 49.13. Sua utilidade, já em tempos remotos, incluía o comércio (Pv.31.14), a guerra (Nm.24.24) e a condução de passageiros (Jn.1.3).
As viagens marítimas, com as características que lhes são peculiares, tornam-se boas ilustrações para diversos ensinamentos. A vida humana pode ser comparada a uma viagem. A vida cristã, da mesma forma. Podemos pensar ainda na viagem, como um conjunto de providências, esforços e aplicação de recursos com vistas a determinados objetivos, sejam pessoais, ministeriais, familiares ou profissionais.
Como viajantes que somos, precisamos ter um rumo definido, uma direção, um destino escolhido. Não podemos viver à deriva. É importante que estabeleçamos alvos na vida, não apenas materiais, mas espirituais e eternos.
A CONSTRUÇÃO DO NAVIO
“No coração dos mares estão os teus termos; os que te edificaram aperfeiçoaram a tua formosura. De ciprestes de Senir fizeram todas as tuas tábuas; trouxeram cedros do Líbano para fazerem um mastro para ti. Fizeram os teus remos de carvalhos de Basã; os teus bancos fizeram-nos de marfim engastado em buxo das ilhas de Quitim. Linho fino bordado do Egito era a tua vela” (Ez.27.4-7).
Para todos os nossos empreendimentos, precisamos passar pela etapa de preparação. Não sejamos negligentes. É preciso que seja feito o melhor investimento possível. No citado texto, notamos a alta qualidade como elemento prioritário. O preço seria igualmente elevado. Economizar nesse momento pode ser medida imprudente.
A infância, por exemplo, é um período precioso, quando os pais estão preparando os filhos para a vida. Em seguida, vem a adolescência e a juventude, ocasiões propícias para que se prepare, no que for possível, para a vida profissional, o casamento e a constituição familiar. Quando estes propósitos são realizados prematuramente, sem o devido preparo, é como se o barco fosse colocado na água antes da hora. Tendo sido, porém, terminada e bem feita, a embarcação estará apta para enfrentar os embates de sua missão oceânica.
O INÍCIO DA VIAGEM
Depois de pronto, o navio precisa sair do cais. Ele não pode ficar eternamente ancorado, evitando os desafios do mar aberto. O propósito de sua existência não é o eterno estacionamento. Barco que não navega cria lodo, mofa, enferruja e apodrece. Tais são os efeitos da omissão. Todo ser humano precisa crescer, sair do seu lugar de conforto e estabilidade para alcançar outros locais e novas experiências (Gn.12.1). Contudo, nada disso pode ser feito com irresponsabilidade.
Apesar da possível resistência inicial, sair do cais ainda é a parte mais fácil da viagem. Nesse começo, geralmente, tudo parece tranquilo e promissor. As águas litorâneas costumam ser relativamente calmas e, em caso de agitação, o porto está ao alcance do marinheiro. Os viajantes partem cheios de boas expectativas, principalmente aqueles que fazem a primeira viagem.
A infância é uma época de fantasias coloridas para a maioria das crianças. O futuro parece um lugar agradável aonde se deseja chegar rapidamente. Ser adulto, aos olhos infantis, parece sinônimo de independência e liberdade, uma idade em que, supostamente, será possível obter e fazer tudo o que se deseja. O princípio da vida cristã também pode ser uma experiência tão maravilhosa que o mundo parece ter ficado mais belo. Muitos problemas ficaram para trás e experiências gloriosas se aproximam.
Da mesma forma, o início de um negócio ou de um relacionamento, pode ser excelente. Contudo, quando se chega em alto mar, algo pode mudar. Muitas surpresas podem ocorrer.
QUEM AVANÇA RENUNCIA
Quando o navio se afasta do porto, muitas coisas ficam para trás. Não é possível alcançar novas terras sem que algo seja abandonado e perdido. O viajante não pode levar sua casa com todos os seus pertences. Todo crescimento tem essa característica: a perda.
O adolescente perde sua vida infantil, seus brinquedos, roupas e regalias. O adulto renuncia a casa dos pais e os costumes juvenis. Quem se casa perde prerrogativas da vida de solteiro em troca da constituição familiar. Assim também, quem decide seguir a Cristo, deve abrir mão dos prazeres do mundo e das artimanhas do velho homem. É o preço a ser pago. Contudo, o ganho é muito maior do que a renúncia. O apego excessivo pode impedir o desenvolvimento.
“Esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo...” (Fp.3.13-14).
O MEIO DA JORNADA
“Os teus remadores te conduziram sobre grandes águas; o vento oriental te quebrantou no meio dos mares” (Ez.27.26).
Estar no meio do mar pode ser assustador. A grandeza do oceano faz com que nos sintamos insignificantes. Tal é o nosso sentimento diante dos grandes empreendimentos, desafios e problemas da vida. Por isso, precisamos de Deus. Os navios antigos, por não terem motores, dependiam dos remos, mas principalmente do vento. Sua falta seria um problema. A calmaria nos paralisa. É um tempo quando nada acontece. Precisamos esperar. É hora propícia para o descanso, embora a ansiedade nos assedie.
Em outros momentos, os ventos são contrários (At.27.4). As circunstâncias nos impelem em sentido oposto ao que desejamos. Precisamos resistir, recolher as velas e remar.
Durante grande parte da viagem, os navegantes não veem a terra, nem a origem nem o destino. Nesse momento não se pode viver por vista, mas pela fé. A determinação em prosseguir deve ser obstinada. A insegurança e o medo nos ameaçam, mas a fé os sobrepuja e vence. Quantas vezes nos sentimos assim? Não vemos coisa alguma. Nosso passado está perdido e o futuro parece inatingível. Porém, nossa confiança está em Deus, que não nos deixará perecer.
Os navios antigos não possuíam bússola. A orientação era determinada pela posição do sol e das estrelas (At.27.20). Logo, o navegador deveria olhar para cima quando precisasse se orientar. Nós também não podemos viver apenas por referências terrenas, pois estas são incertas.
“Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl.3.2). Os perigos marítimos são muitos, principalmente naquelas viagens dos tempos bíblicos, quando as naus não eram tão fortes e equipadas como as atuais. Os recursos de navegação eram rudimentares. Em todos os tempos, porém, alguns riscos são comuns: as rochas submersas (Jd.12), os icebergs, os piratas e, principalmente, as tempestades.
Os icebergs são traiçoeiros, pois a parte submersa pode ser muito maior do que a que se vê na superfície. Não podemos subestimá-los, considerando-nos, por arrogância, capazes de enfrentá-los. Por esta causa, pereceu o Titanic, em 1912. Algumas situações que parecem ruins podem tornar-se péssimas. Alguns indivíduos que não parecem confiáveis, podem ser muito perigosos. Devemos ser prudentes, evitando lugares e pessoas que possam representar riscos desnecessários (Tt.3.10; IITm.2.16).
As colisões do percurso podem causar avarias ao casco. Um pequeno furo pode ser suficiente para que entre muita água, capaz de levar a pique uma grande embarcação. Portanto, não podemos considerar de pequena importância os pecados que tenazmente nos perseguem, por mais inofensivos que possam parecer.
Quando se está no meio de um trajeto, o risco de continuar é semelhante ao risco de retroceder. Então, prossigamos para o alvo. A jornada é longa e o deslocamento é quase sempre lento. Sejamos pacientes e perseverantes. Não vale a pena voltar. Não façamos como os israelitas que desejaram retornar ao Egito (Num.14.3).
“O justo viverá da fé e se ele retroceder, a minha alma não tem prazer nele” (Heb.10.38).
A TEMPESTADE
“Mas o Senhor lançou sobre o mar um grande vento, e fez-se no mar uma grande tempestade, de modo que o navio estava a ponto de se despedaçar” (Jn.1.4).
Algumas vezes, a embarcação é atingida pela forte chuva, sacudida pelo vento e açoitada pelas grandes ondas. Suas estruturas são provadas com rigor. É assim também conosco. Somos atingidos por muitas tribulações que parecem destruidoras. As tempestades são previsíveis. Não sabemos quando virão, mas sua vinda é certa. Erram gravemente aqueles que se iludem, pensando que a vida seja fácil, imaginando que não haja ataques nem reveses. Aquele que se converte ao evangelho de Cristo deve esperar tribulações e lutas, pois elas fazem parte do nosso processo de aperfeiçoamento (Jo.16.33; IPd.1.7; Rm.5.3-5). As dificuldades são necessárias, úteis e importantes para o nosso crescimento.
Sabemos que a chuva, seja garoa ou tempestade, vem sobre os maus e os bons (MT.5.45). O apóstolo Paulo enfrentou grande temporal enquanto navegava para Roma (At.27.18). O próprio Jesus, com os discípulos, conheceu a agitação no mar da Galiléia (Mt.8.24). Não é apenas o ímpio que enfrenta problemas sérios na vida. Em alguns momentos, ocorre até o contrário do que se espera: o justo está sendo atribulado, enquanto os incrédulos se encontram em aparente tranquilidade (Sl.73).
A tempestade pode ocorrer como ato do juízo divino, mostrando que erramos o rumo (Jn.1.4), ou simplesmente como tribulações naturais que vêm para provar a nossa fé (Mt.8.24).
Existem algumas regiões dos mares onde a navegação é desaconselhável. São lugares perigosos, onde as borrascas são constantes ou a profundidade é insuficiente. As estações do ano também ajudam a prever um tempo tranquilo ou hostil. Assim, se o viajante, mesmo alertado, quiser se aventurar, estará assumindo a responsabilidade pelos possíveis danos. Na vida, existem situações que geralmente conduzem ao prejuízo e à morte. Se tantas pessoas pereceram naquele trajeto, por quê haveremos de segui-lo? Se Deus nos tem avisado, por quê seremos insistentes na prática do mal? Não poderemos reclamar quando estivermos encalhados ou submersos.
Não há como dizer que todas as viagens serão bem sucedidas. Quando estimulamos as pessas a buscarem seus sonhos, não podemos generalizar a possibilidade de êxito, pois alguns projetos são errados e Deus não os abençoará. O cruzeiro de Jonas fracassou (Jn.1.15). Os navios de Tiro foram destruídos, ainda que tenham sido bem preparados (Ez.27.27). O mesmo aconteceu com os de Josafá (IRs.22.48). Precisamos examinar nossos propósitos, sob a luz da palavra de Deus, antes de colocá-los em prática.
CARGAS AO MAR
No meio do mar bravio, o barco precisa manter sua flutuabilidade. Para tanto, todo peso que não seja indispensável deve ser lançado fora (Jn.1.4). Muitos viajantes levam bagagem excessiva. São hábitos do passado, ídolos, culpas, ressentimentos, coisas que precisam ser abandonadas. Com elas não poderemos prosseguir. O apego pode ser fatal.
“Como fôssemos violentamente açoitados pela tempestade, no dia seguinte começaram a lançar a carga ao mar” (At.27.18).
A renúncia precisa ser completa em se tratando daquilo que não pode ser levado para o nosso destino pelo fato de ser incompatível, prejudicial ou inútil. Precisamos nos dedicar ao principal, eliminando o que rouba nosso tempo, energia, dinheiro e outros recursos. Aquele que se recusa a entregar o que precisa ser eliminado corre o risco de naufragar, levando consigo outras pessoas.
Em se tratando da vida cristã, o pecado é a carga mais pesada que pode existir (Heb.12.1-2). Alguns, por não renunciarem à iniquidade, naufragaram na fé (ITm.1.19-20). Naufrágio é fracasso, podendo ser mortal ou não, transitório ou definitivo.
CLAME AO SENHOR
Algumas vezes, enfrentamos situações que são verdadeiras tormentas. Parece que estamos perdendo o controle da vida. Devemos buscar ao Senhor para que nos proteja, de modo que não sejamos tragados pelas ondas.
“O mestre do navio, pois, chegou-se a ele, e disse-lhe: Que estás fazendo, ó tu que dormes? Levanta-te, clama ao teu Deus; talvez assim ele se lembre de nós, para que não pereçamos” (Jn.1.6).
Aqueles que receberam Jesus Cristo como salvador contam com sua divina presença dentro do barco e podem clamar a ele sempre que for necessário. Todavia, além de estar presente, é importante que ele seja o comandante. Nossas vidas precisam seguir a sua direção. Além de Salvador, precisamos reconhecê-lo como Senhor. Cristo é aquele a quem o vento e o mar obedecem (Mt.8.27). Contudo, é preciso perguntar: Será que nós o obedecemos?
A ÂNCORA
Este é um dos mais importantes instrumentos das grandes embarcações. É utilizada para prender o navio, de modo que ele não seja levado pelas águas. A âncora é lançada para alcançar algo que está próximo, mas ainda não pode ser tocado com as mãos, seja uma rocha ou o próprio porto.
“Ora, temendo irmos dar em rochedos, lançaram da popa quatro âncoras” (At.27.29).
“Tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta; a qual temos como âncora da alma, segura e firme, e que penetra até o interior do véu...” (Heb.6.18-19).
A CHEGADA
Se a nossa viagem é feita de acordo com os propósitos do Senhor e se ele comanda o nosso barco, chegaremos salvos ao nosso destino. Que o Senhor nos fortaleça enquanto navegamos nas águas turbulentas deste mundo. Que alcancemos portos seguros, que representam o bom resultado do nosso trabalho com a bênção de Deus. E, ao terminar esta vida, chegaremos à pátria celestial, nosso último porto.


O Cego de Jericó


Texto base: Mc.10.46-52.
Introdução: Jesus tinha um ministério itinerante, percorrendo vários lugares, pregando, curando e libertando a muitos. Ele não ficava em casa esperando as pessoas.
1- Bartimeu, o cego, vivia à beira do caminho (v.46), à margem da estrada. Era marginalizado pela sociedade, como tantos deficientes hoje. Ele não estava andando pelo caminho, mas parado. Sua vida estava parada. Ele estava sem perspectivas, sem projetos. Ele dependia dos outros. Estava sempre esperando que alguém o ajudasse.
2- Bartimeu ouviu sobre Jesus. Ouviu o ruído da multidão se aproximando e alguém disse que Jesus estava chegando. Ele era cego, mas ouvia muito bem. Os cegos desenvolvem mais os outros sentidos ou os utilizam melhor que as demais pessoas. O pior cego é aquele que não ouve. Muitos “cegos espirituais” são também “surdos”, pois se recusam a ouvir sobre Jesus. Observe a importância de se falar sobre Jesus, para que todos ouçam. Como ouvirão se não há quem pregue? (Rm.10.14).
3- Bartimeu começou a clamar: Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim! (v.47). Ele era cego, mas não tinha nenhum problema para falar. Começou a gritar. É importante que clamemos a Jesus em oração. Não adianta clamar a outra pessoa, algum santo ou falsa divindade. Clame a Jesus.
4 – Bartimeu tinha fé. Jesus era considerado filho de José. Por quê Bartimeu o chamou de Filho de Davi? O cego demonstrou que cria que Jesus era o Messias, o descendente de Davi, prometido no Velho Testamento para ser o rei de Israel.
5- Bartimeu pediu compaixão, misericórdia. Como são nossas orações? Vamos determinar o que Deus vai fazer? Vamos anunciar nossas virtudes e nossas obras? Nada disso. Devemos pedir misericórdia ao Senhor.
6 – Muitos o repreendiam para que se calasse (v.48). Os que enxergam querem que o cego fique em silêncio. É uma atitude egoísta. Quando queremos Jesus, muitos se levantam contra nós. Isso pode acontecer no trabalho, na escola, na família, entre os amigos, etc. O cego não deu ouvidos às vozes opositoras. Continuou clamando. Ele era perseverante, insistente, determinado.
7- Jesus parou e mandou chamá-lo (v.49). O cego pediu compaixão e foi atendido. Jesus se compadeceu. Ele parou, interrompeu tudo, para atender ao cego. Havia uma multidão envolvendo Jesus, mas ele parou para atender a um homem. Jesus está atento a cada indivíduo. Ele está atento a você. Ele ouve a oração e atende.
8 – Depois das vozes negativas, agora o cego ouviu vozes que diziam: “Tem bom ânimo. Levanta-te. Ele te chama”. Que sejamos como esses mensageiros que levaram palavras animadoras para o cego.
9 – O cego deu um salto e andou até Jesus (v.50). Ele era cego, mas não tinha nenhum problema nas pernas. Atendeu ao chamado de Jesus imediatamente. Não havia tempo a perder.
10 – Jesus pergunta o que o cego quer e ele responde: “Mestre, que eu veja.” (v.51). Ele podia pedir a Jesus uma esmola, uma capa nova, um prato de comida, uma bengala, um cachorro, uma casa, etc, mas ele foi direto ao principal: a visão. Podemos pedir tantas coisas a Jesus hoje, mas não nos esqueçamos de pedir que ele abra nossos olhos espirituais (Sal.119.18). Aquele que ainda não se converteu, está vivendo em cegueira, vive nas trevas, tropeçando e caindo, sem saber a direção certa. Jesus é a luz para os olhos dos cegos (João 12.35,46).
11- Aquele homem foi curado (v.52). Jesus cura ainda hoje, mas o mais importante é que Bartimeu foi salvo, conforme Cristo declarou. Em seguida, o texto diz que ele foi seguindo pelo caminho. Sua vida mudou completamente. Ele não ficava mais à margem do caminho, mas podia caminhar, podia ter uma vida normal e feliz.
Conclusão: Aquele cego clamou a Jesus, porque não sabia se ia encontrá-lo novamente. Ele não podia perder aquela oportunidade. Hoje, não perca a oportunidade. Clame a Jesus. Seja curado, seja salvo.

A instituição do casamento

Texto: Gn.2.24

Introdução: Depois de criar todas as coisas, Deus viu que era bom (1.4, 10, 12, 18, 21, 25, 31).
Em 2.18, porém, Deus viu algo que não era bom: a solidão do homem.
Isto nos mostra o quão importante é o relacionamento humano, o casamento, a família, o amor
e o companheirismo (Cf. Ec.4.9-12).

1- O homem procura uma companheira. (2.20). Não lhe serviria um animal irracional.
2- O homem depende de Deus para encontrá-la. Deus a traz até ele (2.21-22).
3- “Deixará o homem seu pai e sua mãe e unir-se-á à sua mulher”. (2.24).
O novo casal deve se esforçar para ter sua própria casa, independência financeira,
independência psicológica. Os pais podem aconselhar mas não podem controlar.

Conclusão: Que o novo lar seja o “paraíso” dos cônjuges, com vigilância contra as investidas da serpente,
Satanás, que continua ameaçando e destruindo famílias.

O Papel da Virgem Maria

Maria e a Igreja Católica
Na Igreja Católica, Maria, a mãe de Jesus, é talvez mais reverenciada que todos os cristãos primitivos. No lar onde cresci, minhas irmãs e eu tínhamos uma bela e grande estátua de Maria num pedestal especial, em nosso quarto de dormir. Ela estava vestida com um vestido branco simples e um manto azul, e estava de pé sobre uma base que tinha estrelas em cima. Um dos seus pés estava esmagando a cabeça de uma serpente. Era uma prática muito comum em minha família ajoelhar diante da estátua e fazer nossas preces.
 
Uma das preces que eu dizia mais freqüentemente era a Ave Maria:

Ave Maria, cheia de graça!
o Senhor seja convosco;
bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
Rogai por nós, todos os pecadores,
agora e na hora de nossa morte.
Amém.

Eu aprendi a Ave Maria ainda quando criança muito nova. É a primeira reza que me lembro de conhecer. Em cada refeição, minha família junta recitava a bênção, seguida pela Ave Maria. Eu era ensinada que era um privilégio especial para as meninas e as mulheres rezarem a Maria, porque, como mulher, ela podia entender e relacionar-se completamente com nossos problemas.
 
Maria desempenhava um papel muito significativo em minha vida de católica. Eu freqüentei a Escola Primária Santa Maria durante oito anos e, desde o nascimento até os sete anos, eu era um membro dessa paróquia. Maria tinha um lugar especial nessa paróquia, mas quando minha família começou a freqüentar a missa em outra paróquia, chamada Cristo, o Divino Mestre, eu percebi que ainda era dada especial atenção a Maria. Na missa, cantávamos cânticos a Maria, como Maria Imaculada, Ave Santa Rainha Entronizada no Alto, e Ave Maria. Rezávamos o rosário a Maria. Durante o mês de Maio coroávamos uma Rainha de Maio, em honra de Maria. Nos casamentos católicos, é costume comum a noiva dedicar tempo durante a cerimônia para colocar flores aos pés da estátua de Maria e ajoelhar-se diante dela em prece, enquanto é cantada a Ave Maria.Maria até tem Dias Santos de Obrigação devotados a ela. Nesses dias é exigido que os católicos assistam a Missa para reconhecer acontecimentos significativos.
 
Quando eu era criança, as freiras e padres me ensinaram muitas coisas notáveis sobre Maria, a primeira das quais foi a Imaculada Conceição. A Igreja Católica ensina que desde antes do mundo começar, Deus sabia que Maria seria a mãe de seu Filho. Uma vez que ela teria de ser a mãe de Jesus, que é Deus, em vista da salvação que Jesus realizaria como o Cristo, Deus honrou Maria desde o momento de sua existência enchendo-a de graça. Ela era o único ser meramente humano que nasceu livre de todo pecado, original e atual. Eu aprendi que Jesus foi concebido milagrosamente e que Maria ainda era virgem quando ele nasceu. Ensinaram-me também que Maria permaneceu virgem a vida inteira. Uma outra realização significativa que me ensinaram é que Maria viveu uma vida sem pecado. Eu também aprendi que, tendo sido preservada livre de pecado até a morte, não era próprio seu corpo sofrer corrupção, portanto, na sua morte, ela foi alçada ao céu, de corpo e alma. Este privilégio é chamado a Assunção.

Maria também é reconhecida por diversas aparições a indivíduos na terra, depois de sua morte. Algumas das mais conhecidas aparições que a Igreja Católica sanciona são:
 
Nossa Senhora de Guadalupe, em 12 de dezembro de 1531, a João Diego, um índio, no morro Tepeyac, perto da Cidade do México.
 
Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, três vezes em 1830, a Catarina Labouré, em Paris, França.
 
Nossa Senhora de Lourdes, em 1858, a Bernadette Soubirous, próximo a Lourdes, no sul da França.
 
Nossa Senhora de Fátima, três vezes em 1917, a três crianças em Fátima, Portugal.
 
Estes locais, por todo o mundo, agora são santuários onde milhões de católicos fazem peregrinação para receber bênçãos especiais de Maria.

Maria, a mãe de Jesus, mantém um lugar de honra significativo na Igreja Católica e é reverenciada por católicos em todo o mundo.
 
Maria e a Bíblia
Maria, a mãe de Jesus, aparece várias vezes nas Escrituras. Segue uma lista de ocasiões quando Maria é mencionada:
 
Ela é alistada na genealogia de Jesus (Mateus 1:16).
 
É visitada pelo anjo Gabriel, que anuncia que ela conceberá pelo Espírito Santo e dará à luz um filho (Lucas 1:26-28).
 
Visita sua parenta, Isabel, que está grávida de João Batista (Lucas 1:39-56).
 
José descobre que ela está grávida e decide divorciar-se em segredo até que Deus fala-lhe em sonho e o convence a se casar com ela (Mateus 1:18-25).
 
Ela permanece virgem até que Jesus nasce (Mateus 1:25).
 
Dá à luz a Jesus (Lucas 2:1-20).
 
Ela e José apresentam Jesus no templo (Lucas 2:21-38).
 
Ela está presente quando os Magos visitam Jesus (Mateus 2:11).
 
É mencionada no sonho que José teve, instruindo-o a levar o menino e sua mãe para o Egito, para escapar de Herodes (Mateus 2:13).
 
É mencionada no sonho de José, instruindo-o a levar o menino e sua mãe de volta para Israel (Mateus 2:20).
 
Ela se estabelece com a família em Nazaré, onde Jesus cresce (Lucas 2:39-40).
 
Viaja para Jerusalém, para a Páscoa, onde o menino Jesus separa-se dos seus pais e é encontrado ensinando no templo (Lucas 2:41-50).
 
A família retorna a Nazaré depois da Páscoa e Jesus continua a amadurecer (Lucas 2:41-50).
 
Ela e Jesus assistem a uma boda em Caná e, quando Maria pede a Jesus para fazer alguma coisa quando o vinho se acaba, ele realiza seu primeiro milagre registrado na Bíblia (João 2:3-5).
 
Ela sai de Caná com Jesus e seus irmãos e todos passam uns poucos dias em Cafarnaum (João 2:12).
 
Enquanto Jesus está pregando, Maria e seus filhos estão preocupados com ele, e vêm falar com ele. Neste ponto, Jesus diz aos seus ouvintes que sua mãe e seus irmãos são aqueles que obedecem a Palavra de seu Pai (Mateus 12:46-50; Marcos 3:21, 31-35; Lucas 8:19-21).
 
Ela é mencionada quando os judeus se recusam a crer que Jesus seja o Messias porque eles conhecem sua mãe e seu pai (Mateus 13:54-57; Marcos 6:3; João 6:42).
 
É referida quando uma mulher da multidão diz a Jesus: "'Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram', Jesus respondeu: 'Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática' (Lucas 11:27-28).
 
Está ao pé da cruz, quando Jesus diz ao apóstolo João que se responsabilize pelo cuidado dela (João 19:25-27).

Depois que Jesus ascendeu ao céu, ela e outros irmãos de Jesus estão com os apóstolos e outros discípulos, na sala superior, devotando-se a oração (Atos 1:14).
 
Estas ocasiões são as únicas vezes que Maria é especialmente mencionada ou referida nas Escrituras. Alguns estudiosos, contudo, acreditam que Maria seja a mulher referida no Apocalipse, capítulo 12, mas por causa da linguagem figurativa isto é difícil de se discernir com certeza.
 
Depois de ler todos os lugares onde Maria é mencionada nas Escrituras, podemos ver que a Bíblia confirma a doutrina católica segundo a qual Jesus foi concebido milagrosamente através do Espírito Santo e que Maria ainda era virgem quando ele nasceu. Ao mesmo tempo vemos que a Igreja Católica conserva um bom número de crenças sobre a mãe de Jesus que não estão contidas na Bíblia. As Escrituras não fazem menção à Imaculada Conceição, a vida sem pecado de Maria, nem sua ascensão ao céu. Também não há recomendações dadas aos cristãos para orarem a ela ou cantarem cânticos de louvor a ela. Como foi afirmado acima, quando uma mulher da multidão tentou honrar Maria porque ela era a mãe de Jesus, ele disse: "Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lucas 11:27-28). Esta ocasião foi uma oportunidade para Jesus confirmar que Maria deveria ter um lugar de honra nos corações dos cristãos porque ela era sua mãe, mas ele não quis fazer isso.
 
O ensinamento da Igreja Católica que afirma que Maria foi virgem até morrer está diretamente contradito pelas Escrituras. A Bíblia afirma somente que Maria permaneceu virgem até que Jesus nasceu (Mateus 1:25), não até que ela morreu. Conforme a relação acima, três evangelhos mencionam que Jesus tinha irmãos e irmãs. Dois dos evangelhos dizem que os nomes dos irmãos eram Tiago, José, Simão e Judas. No evangelho de João 7:1-10 aprendemos que no começo de seu ministério os irmãos de Jesus não criam nele. Mais tarde, contudo, eles devem ter desenvolvido fé nele, porque vemo-los reunindo-se com os discípulos na sala superior depois da ascensão de Jesus (Atos 1:14).
 
Resumo
Examinando as Escrituras a respeito de Maria, a mãe de Jesus, vemos que a maioria da doutrina da Igreja Católica concernente a Maria não encontra sua origem na Bíblia. As Escrituras não dizem aos cristãos qu especial na i e coloquem Maria numa posição de honra greja ou no reino de Deus.


INTIMIDADE SEXUAL NO CASAMENTO

“A INTIMIDADE SEXUAL É LIMITADA AO MATRIMÔNIO. SOMENTE NESTA CONDIÇÃO ELA É ACEITA E ABENÇOADA POR DEUS. MEDIANTE O CASAMENTO, MARIDO E MULHER TORNAM-SE UMA SÓ CARNE, SEGUNDO A VONTADE DE DEUS. OS PRAZERES FÍSICOS E EMOCIONAIS NORMAIS, DECORRENTES DO RELACIONAMENTO CONJUGAL FIEL, SÃO ORDENADOS POR DEUS E POR ELE HONRADOS”. (bep)


UMA SÓ CARNE
“Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne.”
Gênesis 2. 24 (nvi)

Deus presenteou Adão e Eva com o matrimônio. Eles foram criados perfeitos um para o outro. O casamento não foi uma conveniência, tampouco foi criado por qualquer cultura. Ele foi instituído por Deus e possui três aspectos básicos: (1) o homem deixa seus pais e, em ato público, promete-se a si mesmo à sua esposa; (2) o homem e a mulher são unidos, assumindo responsabilidades pelo bem-estar mútuo e amando um ao outro antes das outras pessoas; (3) ambos tornam-se um na intimidade e no comprometimento de união sexual que são reservados para o casamento. Casamentos sólidos incluem estes três aspectos. (beap)

MANTENHA O LEITO CONJUGAL PURO
“Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros.”
Hebreus 13. 5 (ara)

Respeitar o casamento, seus votos sagrados e sua intimidade física é um outro aspecto da vida santificada à qual Deus chama o seu povo. O “leito sem mácula” é um eufemismo para a intimidade e as relações sexuais entre o marido e a esposa. Ao contrário do estilo de vida sexualmente promíscuo do mundo, o alto padrão de Deus para a sexualidade humana consiste na pureza e na fidelidade. A união e a intimidade sexual são reservadas para o casamento, e Deus as considera como honradas e puras. A intrusão sexual de uma terceira pessoa na relação do casamento a contamina, e é condenada por Deus. (cbp)
A fim de prevenir-se contra a imoralidade sexual, Deus ordenou o sagrado relacionamento do matrimônio. SEM MÁCULA contém mais do que uma aprovação do relacionamento conjugal, mas também vincula a responsabilidade do casal de preservar sua intimidade das práticas perversas e degradantes de uma sociedade lasciva. (bep)

DESFRUTE DA INTIMIDADE SEXUAL
“O marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido. - A mulher não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim o marido. Da mesma forma, o marido não tem autoridade sobre o seu próprio corpo, mas sim a mulher. – Não se recusem um ao outro, exceto por mútuo consentimento e durante certo tempo, para se dedicarem à oração. Depois, unam-se de novo, para que Satanás não os tente por não terem domínio próprio.”
I Coríntios 7. 3 a 5 (nvi)

Estes são versículos notáveis, porquanto revelam pontos-de-vista que parecem estar muito adiantados para o seu tempo: uma saudável percepção da sexualidade da mulher, e a compreensão da completa igualdade existente entre um homem e uma mulher, na área mais íntima de seu relacionamento. As Escrituras não dão qualquer apoio à noção de que as relações sexuais visam unicamente o aprazimento do marido. (beg)
A relação sexual é uma expressão íntima de afeição entre marido e esposa. O apóstolo sublinha sua importância no casamento declarando aquilo que, na verdade, é um dever: o marido deve estar disponível para sua esposa quando ela desejar, e a esposa, para seu esposo quando ele desejar. (bep)

Dentro do casamento, a união sexual é natural, saudável e prazerosa, não somente durante um momento, mas durante toda a vida conjunta. (bm)

O LIVRO DE CANTARES
Cantares é uma canção de amor que honra o matrimônio. As alusões mais explícitas sobre sexo na Bíblia podem ser encontradas neste livro, que, muitas vezes, tem sido criticado por causa da linguagem sensual empregada pelo escritor. Contudo, a pureza e a santidade do amor representado nele são muito necessárias nos dias de hoje, nos quais o amor, o sexo e o casamento são banalizados. Deus criou o sexo e a intimidade; mas para serem desfrutados dentro do casamento. Um marido e uma esposa honram a Deus quando se amam e desfrutam um do outro (beap)

AME E SEJA FELIZ
“Beije-me ele com os beijos da sua boca; porque melhor é o seu amor do que o vinho.”
Cantares 1. 2 (arc)

Essa vívida descrição de um relacionamento amoroso começa com a figura do próprio amor, que é “melhor do que o vinho”; faz com que aqueles que se amam sejam felizes. O texto em Atos 10. 9-16 nos ensina que não devemos interpretar mal ou chamar de comum aquilo que Deus criou e purificou. Podemos desfrutar o amor. Deus o criou como um presente para nós e um deleite para todos os nossos sentidos. (beap)

TENHA TEMPO PARA SEU CÔNJUGE
“Aparecem flores na terra, e chegou o tempo de cantar; já se ouve em nossa terra o arrulhar dos pombos. - A figueira produz os primeiros frutos; as vinhas florescem e espalham sua fragrância. Levante-se, venha, minha querida; minha bela, venha comigo.”
Cantares 2. 12 e 13 (nvi)

Aqueles que se amam celebram sua alegria na criação e em seu amor. Deus criou o mundo, a beleza da natureza, presenteou-nos com o amor e o sexo e nos deu os sentidos para que desfrutemos deles. Nunca deixe os problemas, os conflitos ou as assolações do tempo arruinarem sua capacidade de alegrar-se com os presentes de Deus. Tenha tempo para desfrutar aquilo que Deus criou. (beap)

PERTENCER E SER DESEJADA
“Eu pertenço ao meu amado, e ele me deseja.”
Cantares 7.10 (nvi) Ver 7 a 13

Quando o relacionamento amadurece, deve haver mais amor e liberdade entre os cônjuges. Aqui, vemos que a jovem tomou a iniciativa de convidar seu esposo para o amor. Muitas culturas têm estereótipos sobre o papel que o homem e a mulher devem desempenhar no ato sexual. Porém a segurança do verdadeiro amor dá a ambos os cônjuges a liberdade de tomar a iniciativa de exprimir seus sentimentos e desejos. (beap)

PERTENCER UM AO OUTRO
“Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu.”
Cantares 6.3a (nvi)

O amor que os dois enamorados têm um pelo outro é genuíno e fiel. Não há desejo nem espaço para outra pessoa. No casamento, deve haver tal amor mútuo e dedicação, que a fidelidade conjugal seja da máxima importância na vida do casal. (bep 2.16)

ELOGIE SEMPRE O SEU CÔNJUGE
“Tu és toda formosa, querida minha, e em ti não há defeito. 
O seu falar é muitíssimo doce; sim, ele é totalmente desejável. Tal é o meu amado, tal, o meu esposo, ó filhas de Jerusalém.”
Cantares 4. 7 e 5. 16; ver 4.1 a 7 e 5.10 a 16 (ara) 

Como espectadores, é possível que fiquemos embaraçados ao ler estas passagens em que os amantes expõem sua intimidade. No êxtase de seu amor, eles se elogiam mutuamente, usando belas imagens. Suas palavras podem ser estranhas para os leitores de uma cultura diferente, porém o intenso sentimento de amor e de admiração são universais. Comunicá-los através de palavras e ações fortalecem qualquer relacionamento. (beap)

REFLETINDO

SEXUALIDADE, UM DOM DO CRIADOR - Embora a palavra “sexo” não apareça na Bíblia, a linguagem bíblica descreve o plano de Deus para o comportamento sexual humano, inclusive para a geração de uma descendência e para o prazer sexual no casamento. O sexo foi planejado pelo Criador como um presente especial, que permite ao marido e à esposa expressarem sua unidade em amor íntimo e exclusivo e compartilhar do plano dele para a procriação. Os impulsos sexuais são dados por Deus como um meio de atingir o êxtase natural mais elevado que o corpo humano pode experimentar. (bm)

CÔNJUGES: Aprendam a arte perdida do amor verbal. Aprendam a dizer palavras de amor que acariciam a alma do/a seu/sua companheiro/a.

Entenda e creia que o Senhor continua a ver o relacionamento sexual dentro da santidade do casamento como “muito bom” e o abençoa.
Exalte, no casamento, as virtudes do seu cônjuge acima das virtudes de outros.

Reserve momentos regulares, periódicos, com seu cônjuge para revigorar e renovar o romance em seu casamento. (bep)

Santos

Santos na Igreja Católica
A definição comumente aceita de santos, entre os católicos, é que são aqueles indivíduos que viveram uma vida exemplar na terra e a quem a Igreja Católica determinou que estão certamente com Deus. Os santos são mais comumente conhecidos pelo martírio, virtude heróica, e milagres. Como resultado destes dons, católicos em todo o mundo rezam aos santos, e os honram celebrando seus dias festivos, mencionando-os de tempos em tempos na celebração da Missa, colocando estátuas e pinturas deles, entesourando seus pertences mundanos, bem como seus restos físicos, e dando os nomes deles a seus filhos e a suas igrejas.

O processo pelo qual a Igreja Católica determina quem é santo é chamado canonização. O candidato tem que ter estado morto há pelo menos cinco anos antes que um processo de santidade possa ser oficialmente iniciado. Quando uma pessoa religiosa muito respeitada morre, o bispo local tem que deixar que a reputação de santidade dessa pessoa cresça por si só. Se a adoração das pessoas aumenta e continua durante cinco a dez anos depois da morte da pessoa, então o bispo é autorizado a iniciar uma investigação oficial da vida e obra do candidato, de modo a ver se a reputação de santidade é fundada na verdade.

Há dois diferentes níveis de honra para os santos indivíduos que faleceram. Aquelas pessoas que são veneradas localmente ou por ordens religiosas de padres ou freiras são beatificadas. Elas são chamadas pelo título "beato". Somente aquelas que são canonizadas pelo Papa são realmente santos. Esta distinção é virtualmente ignorada pela maioria dos católicos. A mais completa compilação dos santos católicos, A Bibliotheca Sanctorum, está beirando os vinte volumes e alista mais de 10.000 santos. Só aproximadamente 400 deles foram oficialmente canonizados por papas.
 
A Congregação pelas Causas dos Santos, um dos nove ministérios da Santa Sé, supervisiona a canonização dos santos. No passado, o processo era mais extenso e minucioso do que é hoje. Antes de João Paulo II se tornar Papa, havia muitos bloqueios estrategicamente colocados no caminho da santidade. Houve realmente, no Vaticano, um ofício cujo propósito era fazer tudo que pudesse para expor o lado negativo do candidato de modo a assegurar que nenhum indivíduo fosse indevidamente honrado. Esse ofício era conhecido como o do Advogado do Diabo. Nos anos recentes, o ofício do Advogado do Diabo tem sido afastado, e o processo de canonização inteiro foi drasticamente agilizado. João Paulo II beatificou e canonizou mais indivíduos do que todos os outros papas juntos no século vinte.
 
Uma vez que uma pessoa é canonizada, os católicos ficam seguros de poderem rezar com confiança ao santo para que interceda com Deus em seu benefício. O nome da pessoa é acrescentado à lista de santos e é determinado um dia festivo no qual ela será honrada na celebração da Missa desse dia.
 
Alguns santos são indicados como intercessores especiais junto a Deus em benefício de certas causas ou grupos de pessoas. Eles são chamados Santos Padroeiros. O que se segue relaciona vários Santos Padroeiros bem conhecidos.
 
Santos Padroeiros de Países
Argentina - Nossa Senhora de Lujan
Austrália - São Gregório Iluminador
Brasil - Imaculada Conceição
Canadá - São José, Sant'Ana
Chile - São Tiago; Nossa Senhora de Monte Carmelo
China - São José
Colômbia - São Pedro Claver; São Luís Bertrand
Equador - Sagrado Coração
Inglaterra - São Jorge
França - Santa Joana D'Arc
Alemanha - São Bonifácio
Índia - Nossa Senhora da Assunção
Irlanda - São Patrício, Santa Brígida e Santa Columba
Itália - São Francisco de Assis; Santa Catarina de Siena
Japão - São Pedro Batista
México - Nossa Senhora de Guadalupe
Filipinas - Sagrado Coração de Maria
Portugal - Imaculada Conceição, São Francisco Bórgia, Santo Antônio de Pádua
Rússia - Santo André
Espanha - São Tiago, Santa Teresa
Estados Unidos - Imaculada Conceição


Santos Padroeiros de Ocupações, Doenças e
Enfermidades, Profissões e Estados de Vida

Atores - São Genésio
Atletas - São Sebastião
Padeiros - Santa Isabel da Hungria
Males corporais - Nossa Senhora de Lourdes
Pacientes de câncer - São Peregrino
Filhos - São Nicolau de Mira
Gestantes - Santa Margarida
Fazendeiros - São Jorge
Pescadores - Santo André
Donas de casa - Sant'Ana
Trabalhadores - Santo Isidoro
Objetos perdidos - Santo Antônio de Pádua
Amantes - São Rafael
Mães - Santa Mônica
Órfãos - São Jerônimo
Policiais - São Miguel
Pobres - São Lourenço
Viajantes - São Cristóvão

A Igreja Católica faz distinção entre o tipo de adoração que pode ser dada a Deus, latria, e a veneração própria para os santos, doulia. Esta distinção, contudo, é freqüentemente difícil de manter, na prática.
 
Os santos e suas histórias são parte integral da fé Católica e um meio importante de ensinar aos católicos como cumprir essa fé. Há uma ligação especial dos católicos com os santos aos quais rezam. É aceito, comumente, que os santos não se esquecem das lutas que eles suportaram enquanto estavam na terra e, aproximando-se de Deus, dão mais força àqueles que estão lutando na terra.

Santos e a Bíblia
Dentro das páginas do Velho Testamento (na Bíblia Sagrada, Edição Pastoral), três diferentes palavras hebraicas são traduzidas como "santo" ou "santos": qadosh, qodesh e qaddiysh. Estas palavras são variações da mesma palavra raiz. Em geral, o significado dessas palavras é santo, uma coisa ou lugar sagrado, bondoso, devoto, piedoso, bom, santo e anjo. Embora essas palavras, em algumas passagens, podem ser entendidas como anjos ou pessoas santas que já haviam morrido, a mesma palavra hebraica é usada para convidar seres humanos vivos (o povo consagrado) a louvar a Deus (Salmo 34:10).

No Novo Testamento, a palavra grega, "hagios", é traduzida "santo" ou "santos". Ela é definida como sagrado, puro, sem culpa ou religioso, consagrado, santo. Um santo é aquele que é separado do pecado e, portanto, consagrado a Deus, sagrado. Sob a nova lei, é também aparente que santos freqüentemente são pessoas consagradas, vivendo na terra. Esse fato é, às vezes, mais difícil enxergar lendo a Bíblia em nossa própria língua, pois alguns tradutores interpretam a mesma palavra original de maneiras diferentes. A mesma palavra grega é traduzida por santos, fiéis, à santidade, anjos e cristãos. Embora os tradutores de Bíblias modernas utilizam palavras diferentes, os autores originais, guiados pelo Espírito Santo, usaram a palavra "santo" para descrever pessoas santificadas (fiéis, cristãos) vivendo na terra. Alguns dos lugares onde eles viveram foram Jerusalém, Lida, Acaia, Éfeso, Filipos, a casa de César, Colossos e Itália (Atos 19:13; Romanos 15:26; Atos 9:32; 2 Coríntios 1:1; Efésios 1:1; Filipenses 1:1; 4:22; Colossenses 1:2; Hebreus 13:24). Eles eram idivíduos que podiam ser ministrados e serem equipados para ministrar a outros. O termo "santo" no Novo Testamento parece ser sinônimo de "cristão".
 
Resumo
Não há menção do processo de canonização ou beatificação nem no Velho, nem no Novo Testamentos. Também não há nenhum uso dos termos "santo" ou "beato" como títulos. A palavra "santo" era um termo descritivo.
 
Também não há exemplo de ninguém, na Bíblia, orando aos santos ou dando honra a eles, em particular ou em assembléia pública. De igual modo, o conceito de santos sendo habilitados a receber qualquer tipo de adoração não é encontrado nas Escrituras. De fato, essa prática é condenada. Quando Jesus estava sendo tentado pelo diabo, Satanás disse a Jesus que se prostrasse e o adorasse. Jesus replicou citando a Escritura do Velho Testamento que dizia para adorar e servir somente a Deus (Mateus 4:8-10; Lucas 4:6-8; Deuteronômio 6:13; 10:20).
 
A idéia de que santos são indivíduos que morreram e se tornaram especialmente qualificados para interceder pelos vivos também não é encontrada na Bíblia. Há, contudo, uma passagem nas Escrituras que mostra que os próprios santos estão necessitando de intercessão. Romanos 8:26 e 27 diz: "... mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. E aquele que sonda os corações sabe quais são os desejos do Espírito, pois o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus." As Escrituras indicam que Jesus e o Espírito Santo são capazes de fazer intercessão por nós junto ao Pai (Isaías 53:12; Romanos 3:34). Em Hebreus nos é dito que Jesus sempre vive para fazer intercessão pelo seu povo (7:25). Cristãos vivos devem orar uns pelos outros (Tiago 5:16; 1 Timóteo 2:1). A Bíblia não autoriza a prática de pedir que pessoas fiéis que viviam no passado intercedessem por nós.

Do mesmo modo, a idéia de santos padroeiros não é encontrada na Bíblia.

O conceito de santos da Igreja Católica não é algo que possa ser apoiado pelas Escrituras. Em nenhum lugar na Bíblia encontramos santos descritos como indivíduos que depois da morte são elevados a uma posição mais alta no reino. Eles são simples crentes fiéis. De acordo com as Escrituras, todos os que são seguidores de Deus são santos.



Liderança na Igreja

Definições de Liderança na Igreja Católica
Os seguintes membros do clero compreendem as principais posições de liderança dentro da Igreja Católica:
   
Sacerdotes
O ofício de padre é preenchido por um homem solteiro que é ordenado através do sacramento das Ordens Sacras. Esse homem desempenha sua obra fazendo missa, ministrando diversos sacramentos, dando bênçãos, pregando e ensinando. A esses sacerdotes é dada freqüentemente a responsabilidade de supervisionar os membros e a obra de uma paróquia local da Igreja Católica.
   
Bispos
Um bispo é considerado como sucessor dos apóstolos. Ele é um padre que recebeu a mais alta das ordens sacras. Algumas das responsabilidades dos bispos são: governar áreas de paróquias conhecidas como dioceses, consagrar igrejas, ordenar padres e outros bispos e ministrar o sacramento da confirmação (crisma).
   
Cardeais
Um cardeal é um bispo que é membro do Sacro Colégio designado pelo Papa. Os cardeais assessoram o Papa e governam a Igreja Católica. É responsabilidade deles reunirem-se depois da morte de um Papa para eleger seu sucessor.
   
O Papa
O Papa é o Bispo de Roma. Ele também é conhecido como o Vigário de Cristo. A Igreja Católica ensina que ele é o sucessor do apóstolo Pedro, o primeiro papa. Ele é a cabeça visível da Igreja Católica, o representante de Cristo na terra. O título Papa vem da palavra grega papas, que significa pai. Um Papa é eleito por toda a vida, pelo Colégio de Cardeais. O dever do Papa é pastorear os membros da Igreja. Quando ele proclama por um ato definitivo uma doutrina pertinente à fé e à moral, ele é considerado infalível. O Papa tem extrema responsabilidade sobre a liderança espiritual dos católicos através de todo o mundo.

Liderança na Igreja, na Bíblia

Sacerdotes
No Velho Testamento, sacerdotes eram líderes religiosos dos judeus. Seu propósito geral era servir de mediadores entre Deus e seu povo, os israelitas. Era exigido que os sacerdotes fossem descendentes da tribo de Levi, a mesma tribo a que Moisés e Arão pertenciam. Algumas das responsabilidades sacerdotais incluíam cuidar do templo e dos objetos santos dentro dele, fazendo sacrifícios em benefício deles mesmos e do povo, preservar e ensinar a lei. Os livros de Êxodo e Levítico dão relatos detalhados do sacerdócio sob a antiga aliança.
   
O livro de Hebreus, no Novo Testamento, explica que o sacerdócio judeu foi removido quando Cristo se tornou nosso Sumo Sacerdote. Também, sob a nova aliança aprendemos que todos os cristãos são parte do novo sacerdócio. Em sua primeira carta, Pedro, o apóstolo, diz aos seus leitores que eles são pedras vivas sendo construídas numa casa espiritual, para um santo sacerdócio, de modo a oferecer sacrifícios aceitáveis a Deus através de seu Filho (1 Pedro 2:5). Mais tarde, na mesma carta, Pedro diz aos cristãos que eles são "raça eleita, sacerdócio régio, nação santa, povo adquirido por Deus" (1 Pedro 2:9). Sob a nova aliança, onde Cristo é a cabeça de sua igreja, não há ordem especial de sacerdotes proibidos de se casarem e a quem sejam dadas responsabilidades de fazer missa, ministrar sacramentos e supervisionar a obra de uma congregação local. Todo homem ou mulher que se torna um cristão é considerado um sacerdote aos olhos de Deus.

Bispos
O ofício de um bispo é claramente definido dentro das páginas da Bíblia. Três diferentes palavras gregas são usadas para descrever este papel de liderança na igreja: episkopos, que é traduzida como bispo ousupervisor, presbuteros, que é traduzida como presbítero ou ancião, e poimen, que é traduzida como pastor.
   

Na sua primeira carta a Timóteo e na sua carta a Tito, o apóstolo Paulo dá instruções específicas aos dois evangelistas sobre o tipo de homens a serem indicados como bispos dentro das igrejas locais.
   
1 Timóteo 3:1-7:

"É certo que se alguém aspira a um cargo de direção está aspirando a uma coisa nobre. É preciso, porém, que o dirigente seja irrepreensível, esposo de uma única mulher, ajuizado, equilibrado, educado, hospitaleiro, capaz de ensinar, não dado à bebida, nem briguento, mas indulgente, pacífico e sem interesse por dinheiro. Ele deve ser homem que saiba dirigir bem a própria casa, e cujos filhos lhe obedeçam e o respeitem. Pois, se alguém não sabe dirigir bem a própria casa, como poderá dirigir a igreja de Deus? Que ele não seja recém-convertido, a fim de que não fique cheio de soberba e seja condenado, como o foi o diabo. Exige-se ainda que ele tenha boa fama entre os de fora, para não cair no descrédito e nos laços do diabo."
 

Tito 1:5-9

"Eu o deixei em Creta para que você cuidasse de organizar o que ainda restava para fazer, e para que nomeasse em cada cidade os presbíteros das igrejas, conforme as instruções que lhe deixei: o candidato deve ser irrepreensível, esposo de uma única mulher, e seus filhos devem ter fé e não ser acusados de maus costumes nem de desobediência. De fato, sendo administrador de Deus, o dirigente deve ser irrepreensível, não arrogante, nem beberrão ou violento, nem ávido de lucro desonesto. Pelo contrário, deve ser hospitaleiro, bondoso, ponderado, justo, piedoso, disciplinado, e de tal modo fiel à fé verdadeira, conforme o ensinamento transmitido, que seja capaz de aconselhar segundo a sã doutrina e também de refutar quando a contradizem."
 

Na sua primeira carta o apóstolo Pedro dá instrução clara aos presbíteros de como deveriam dirigir:
   
1 Pedro 5:1-5

"Faço uma admoestação aos presbíteros que estão entre vocês, eu que sou presbítero como eles, testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que vai ser revelada: cuidem do rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas de livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por causa de lucro sujo, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho. Desse modo, quando aparecer o supremo Pastor, vocês receberão a coroa de glória que não murcha. Igualmente, vocês jovens, obedeçam aos mais velhos. E todos vocês revistam-se de humildade no relacionamento mútuo, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes."

Em Atos 20:28-32, o apóstolo Paulo encontra-se com os anciãos da igreja de Éfeso e os admoesta a cumprirem seu trabalho deste modo:
"Cuidem de vocês mesmos e de todo o rebanho, pois o Espírito Santo os constituiu como guardiães, para apascentarem a Igreja de Deus, que ele adquiriu para si com o sangue do seu próprio Filho. Eu sei: depois da minha partida, aparecerão lobos vorazes no meio de vocês e não terão pena do rebanho. E do meio de vocês mesmos surgirão alguns falando coisas pervertidas, para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, fiquem vigiando e se lembrem de que durante três anos, dia e noite, não parei de admoestar com lágrimas a cada um de vocês. Agora, pois, eu os entrego ao Senhor e à palavra de sua graça, que tem o poder de edificar e de dar a vocês a herança entre todos os santificados."
 

Aqueles que são referidos como bispos nas Escrituras não parece terem as mesmas características ou responsabilidades dos bispos da Igreja Católica. Os bispos nas Escrituras eram homens casados, com famílias, que eram responsáveis por pastorear as almas dos membros da congregação da qual eles mesmos eram membros. Não há menção destes bispos serem responsáveis por administrar sacramentos ou supervisionar mais de uma congregação.
   
Cardeais
Não há menção ao ofício de cardeal nas Escrituras.
   
Papa
Não há menção ao ofício de Papa nas Escrituras. À luz do fato que a palavra papa vem da palavra grega que significa pai, é interessante notar que, quando Jesus estava ensinando seus discípulos e as multidões sobre a hipocrisia dos escribas e dos fariseus, ele os instruiu com as seguintes palavras: "Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu. Não deixem que os outros chamem vocês de líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias" (Mateus 23:8-10).

Resumo
Em sua carta aos Efésios, o apóstolo Paulo nos diz que, depois de ressuscitar Jesus dos mortos, Deus "...o fez sentar-se à sua direita no céu, muito acima de qualquer principado, autoridade, poder e soberania, e de qualquer outro nome que se possa nomear, não só no presente, mas também no futuro. De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas" (Efésios 1:20-23). Esta passagem não deixa dúvida de que Deus fez Jesus a cabeça da igreja por todos os tempos. Mais tarde, na mesma carta, encontramos que o Senhor "... estabeleceu alguns como apóstolos, outros como profetas, outros como evangelistas e outros como pastores e mestres. Assim, ele preparou os cristãos para o trabalho do ministério que constrói o Corpo de Cristo. A meta é que todos juntos nos encontremos unidos na mesma fé e no conhecimento do Filho de Deus, para chegarmos a ser o homem perfeito que, na maturidade do seu desenvolvimento, é a plenitude de Cristo" (Efésios 4:11-13).
   
Meu entendimento das Escrituras indica que Cristo é a única cabeça da igreja, no céu como na terra. Quando havia apóstolos e profetas na terra, eles serviam a uma função especial na igreja. Eles retransmitiam a palavra de Deus ao seu povo e garantiam que ela fora escrita para os cristãos que viveriam depois que eles tivessem passado. Evangelistas são homens que estudam a palavra de Deus e ensinam-na a outros, e anciãos (também conhecidos como presbíteros, bispos, pastores e supervisores) são homens casados maduros, com filhos crentes, que têm um papel especial no pastoreio das almas dos cristãos em sua própria congregação. Diáconos são mencionados em algumas das mesmas passagens onde os anciãos são descritos. Estes indivíduos têm que ser "... dignos de respeito, homens de palavra, não inclinados à bebida, nem ávidos de lucros vergonhosos. Conservem o ministério da fé com a consciência limpa. Também eles devem ser primeiramente experimentados e, em seguida, se forem irrepreensíveis, sejam admitidos na função de diáconos. Também as mulheres devem ser dignas de respeito, não maldizentes, ajuizadas, fiéis em todas as coisas. Que os diáconos sejam esposos de uma única mulher, dirigindo bem seus filhos e sua própria casa. Pois aqueles que exercem bem o diaconato conquistam lugar de honra, e também muita coragem na fé em Cristo Jesus" (1 Timóteo 3:8-13). Estes papéis de evangelistas, pastores e mestres, e diáconos são as únicas posições específicas de serviço ou de liderança na igreja do Senhor que eu consigo encontrar nas Escrituras.